Inserto em um contexto cujo êxodo rural compunha-se como uma das principais consequências da Revolução Industrial, Comte tomou como necessária uma ciência vinculada com a realidade, preterindo o método contemplativo tradicional. Para tanto, a construção do conhecimento deveria passar pelos estados teológico e metafísico e, por fim, atingir o seu estado definitivo: o positivo.
A partir da proposta de reorganização social fundamentada na apreensão do imediato, o positivismo pauta-se em um analogia newtoniana. Ao afirmar que a ordem é indispensável ao progresso, explicita que o definido como "destoante" é encarado como patologia social. Desta forma, prega o princípio da profilaxia, refletido até os dias atuais na sociedade brasileira quando se observam polêmicas como a "cura gay".
Assim, Comte também vai contra os ideais burgueses, uma vez que o liberalismo define-se como desordem à medida que traz contrastes à realidade. Logo, são sentidos reflexos no sistema educacional a fim de se adaptar às necessidades modernas: em 1934 cria-se a Escola Politécnica da USP, para haver quem pense e articule, e, em 1938 cria-se o SENAI, para haver quem execute.
Por conseguinte, o conhecimento como uno, exigindo a combinação de várias ciências, também designa os ideais positivistas como uma física social. O Estado de Direito deve seguir, portanto, um projeto de reorganização social a partir de leis para a manutenção de uma dada ordem.
Caroline Verusca de Paula - 1º Direito Diurno
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