Os idosos no Brasil
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Os
idosos são hoje 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no
Censo 2000. O instituto considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais,
mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
para os países em desenvolvimento. Em uma década, o número de idosos no
Brasil cresceu 17%, em 1991, ele correspondia a 7,3% da população.
O
envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de
vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade.
Prova disso é a participação dos idosos com 75 anos ou mais no total da
população - em 1991, eles eram 2,4 milhões (1,6%) e, em 2000, 3,6 milhões
(2,1%).
A
população brasileira vive, hoje, em média, de 68,6 anos, 2,5 anos a mais do
que no início da década de 90. Estima-se que em 2020 a população com mais de
60 anos no País deva chegar a 30 milhões de pessoas (13% do total), e a
esperança de vida, a 70,3 anos.
O
quadro é um retrato do que acontece com os países como o Brasil, que está
envelhecendo ainda na fase do desenvolvimento. Já os países desenvolvidos
tiveram um período maior, cerca de cem anos, para se adaptar. A geriatra
Andrea Prates, do Centro Internacional para o Envelhecimento Saudável, prevê
que, nas próximas décadas, três quartos da população idosa do mundo esteja
nos países em desenvolvimento.
A
importância dos idosos para o País não se resume à sua crescente participação
no total da população. Boa parte dos idosos hoje são chefes de família e
nessas famílias a renda média é superior àquelas chefiadas por adultos
não-idosos. Segundo o Censo 2000, 62,4% dos idosos e 37,6% das idosas são
chefes de família, somando 8,9 milhões de pessoas. Além disso, 54,5% dos idosos
chefes de família vivem com os seus filhos e os sustentam.
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http://www.serasaexperian.com.br/guiaidoso/18.htm
(Acessado em 11/08/2012)
No Manifesto
Comunista, Marx e Engels admitem o caráter empreendedor da burguesia, quando enfatizam
a ampliação da tutela jurídica á grupos antes segregados, para assim incluí-los
no mercado. Meu depoimento é sobre o aumento da população idosa e suas
aplicações na economia brasileira.
No início do século
passado, minha bisavó Mia fugiu da Estônia em meio á guerra quando perdeu seus
pais. Mesmo com a barreira linguística e sem ter ninguém no Brasil ela
conquistou uma vida bem sucedida e acumulou uma quantidade considerável de
dinheiro. Mas a idade chegou, os filhos saíram de casa, e a vó Mia ficou viúva
e sozinha. Não aceitava bem morar com os netos, mas o fazia sazonalmente - seu
gênio forte a fazia voltar pra casa sempre. Mas isso não era mais seguro, e
como se recusava a depender da família, mudou-se para uma casa de repouso. A vó
Mia tinha 99 anos quando morreu lá, e suas economias não melhoraram a qualidade
de vida no final da sua jornada.
A vó Mia tinha três
filhos, entre eles a mãe do meu pai, a Dona Erna. O mesmo aconteceu com ela conforme
a idade chegava. A casa ficou muito grande para ficar sozinha, quando, em 2008,
mudou-se para um flat de idosos na Avenida Paulista (uma espécie de asilo de
luxo). O flat tem médicos, enfermeiros, acompanhantes, nutricionistas, chefes
de cozinha, garçons, que asseguram a alimentação correta e sua segurança,
apartamentos individuais com adaptações que permitem um socorro rápido em casos
de emergência, enfim, condições que não estavam disponíveis na época em que a
vó Mia precisava.
Podemos notar que a
sociedade capitalista notou o aumento na expectativa de vida e se adaptou para
incluir os idosos no mercado nesse curto espaço de tempo. O número de
previdências privadas aumentou, assim como as técnicas de saúde que promovem um
atendimento eficaz aos idosos, suplementos alimentares, atividades físicas,
alimentação adequadas, enfim, se estruturou um suporte completo que promoveu a
qualidade de vida superior de uma parcela da população cada vez mais
independente economicamente.
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