Émile Durkheim declara que o observador da sociedade deve
procurar manter o máximo distanciamento de seu objeto de estudo no que tange á valores
e pré-noções. Dessa maneira seu estudo estaria “puro” e livre de influências
pessoais, assim como é possível ser feito com as ciências naturais.
Porém, não se pode
apartar o estudioso da sociedade por completo, de modo a satisfazer os
objetivos de Durkheim. Afinal de contas, se isso fosse possível, como garantir
que o observador apreenderia da sociedade toda a sua natureza e complexidade
uma vez que ele não mais faz parte da mesma? Se não são todos os indivíduos
capazes de entender a própria sociedade – não generalizando, é claro -, como
haveria entendimento se o indivíduo não vivenciasse a realidade social, suas
relações, suas mudanças, suas particularidades...
Os antropólogos procuraram
– e procuram - inserir-se nas comunidades durante as pesquisas de campo, de
forma a melhor absorver e compreender sociedades aquém das suas. Estar dentro
das sociedades observando-as é melhor para observá-las. É necessária uma
aproximação e não um distanciamento para que aja compreensão de algo. O
sociólogo está inserido na sociedade e é válido que assim esteja no seu estudo,
pois, de que outra maneira diagnostica-se ou avalia-se algo? Somente conhecendo
é possível abordar algo com propriedade sem que haja artificialidade.
Dessa forma, a
influência do sociólogo conta, é válida para o entendimento da sociedade, e tal
influência não é negativa ou caracteriza um erro, uma vez que não é natural e
nem tanto possível o afastamento do sociólogo de seu objeto de estudo.
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