Karl Marx, em "O Manifesto Comunista" discorre sobre a luta de classes, da missão do proletariado e também são aí especificados as noções constitutivas do materialismo histórico.
Marx inicia o manifesto nos mostrando o contexto histórico pelo qual a burguesia foi se inserindo na sociedade. De acordo com ele, essa classe tem seu advento a partir da evolução comercial e a partir do aumento das relações econômicas entre países.
O avanço político também é atrelado junto ao desenvolvimento da burguesia.O estado se tornou uma das ferramentas de dominação da burguesia, que serviu como "comitê político burguês". Dessa forma, pode-se dizer que houve a dissolução de outras classes em função do estado burguês.
Nesse texto, deve-se levar também em consideração o destaque dado à frieza do sistema político capitalista. A burguesia "converteu mérito pessoal em valor de troca". Marx demostra como houve a transformação da liberdade coletiva em liberdade individual, nos faz enxergar como vivemos m um sistema em que a livre concorrência corre solta, onde é cada um por si e todos por ninguém mais.
O modo de produção, além de dissolver o sistema feudal, aumentou os problemas de diferenças entre classes. As máquinas reduziram a oferta de empregos braçais e o salário do trabalhador.Além disso, surge ao capitalismo mais um ferramenta de dominação: a constante novidade; pois "tudo que é sólido, se dissolve no ar". Quem consegue comprar mais tem sempre algo mais novo e mais moderno, e quem não o tem fica para trás no sistema de competição. O advento da tecnologia fez com que os produtos fossem cada vez mais banalizados. Enquanto um produto mau entrou em circulação, outro de mesma classe já está sendo lançado, desvalorizando o anterior. Marx toma a burguesia como uma classe revolucionária. Esta surge sempre com novas maneiras de dominação de mercado, abrangendo tudo a sua volta, transformando o mundo em um sistema único de comércio. Ela remove tudo o que não é racional, que não tem cálculo, de sua economia, voltando, assim, à discussão da frieza do sistema. A burguesia possui um ímpeto transformador que não pode ser freado. Se a estrutura se baseia em trocas, essas trocas devem ser permanentes.
Marx viu, desde sua época, uma eminente globalização. A burguesia opera em todas as relações, transformando tudo à sua imagem. Dessa forma, surge a interdependência entre os países do globo. Não se pode dizer com veemência que alguma economia é autossuficiente, pois sempre haverá uma interconexão entre as nações, obrigando-as sempre a manter uma relação diplomática eficiente entre outros governos para manter estável o seu próprio.
Marx descreve como surge uma situação de crise. Essa é caracterizada pelo aumento exacerbado dos meios produtivos e da produção, gerando uma superlotação de produtos e indústrias, culminando, assim, em uma crise criada pelo mercado, que o próprio mercado não consegue suprir. A solução buscado pela burguesia acaba sendo a maior destruição da massa de forças produtivas e a conquista de novos mercados e maior exploração da classe mais fraca.
Podem ser vistas inúmeras formas de contradição no capitalismo; Marx, porém, ainda via perspectivas para solucioná-las. As forças produtivas ao mesmo tempo que movimentam uma enorme economia, também deixam pessoas morrendo de fome nas ruas; ao mesmo tempo que conseguimos obter mais e mais riquezas, mais e mais pessoas ficam pobres, pois todo esse lucro é concentrado na mão de poucos; o momento em que a pobreza se intensifica, é justamente nos momentos de maior prosperidade. A partir dessa análise, Marx vê que, agindo desta forma, a burguesia cria as armas para sua própria dissolução e as pessoas para usar de tal arsenal. Os operários, enquanto unidade, não possuem grande força revolucionária; porém, quando se unem, podem destruir o sistema burguês. Essa união seria efetivada no centro de produção das fábricas, onde os operários vêem a banalização de seu trabalho e criam uma relação de identidade entre si. Assim, a tecnologia poderia ser utilizada a favor dessa classe, para efetivar uma união mais contingente entre os trabalhadores de todo o mundo.
Toda essa revolução, porém, não conseguiu ser consumada.Atualmente, a força operária se forma apenas por meio de sindicatos locais ou nacionais. Não poderia ser considerada uma total revolução para Marx; mas não podemos dizer que não é (quando verdadeiramente funciona e é levada à sério), contudo, uma pequena vitória.
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