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terça-feira, 17 de maio de 2011

Fundamento da ciência

Renè Descartes abre seu livro explicando as influências que sofreu para a criação de seu método. Além de sua curiosidade latente e profundo gosto pelo conhecimento, sempre buscou manter-se consciente de sua capacidade. Para tal, observava sempre o que seus mestres e colegas desenvolviam.
A partir daí, decidiu que o saber adquirido até então pela humanidade continha alguma falha. Não o conhecimento em si, mas como o atingiram. Exibindo certa modéstia, aponta a limitada aplicação da lógica conhecida, posto que servia apenas como ferramenta da retórica para o convencimento no discurso; a inexatidão da filosofia, que gerava cada vez mais discussões sem nunca atingir uma verdade, um fato indiscutível; e a abstração das matemáticas, que ora desenvolviam conceitos tão complexos e surreais que mais confundiam que explicavam, ora limitavam-se por seguir regras e leis instituídas para o pensamento científico.

O processo pelo que passou Descartes para chegar à sua filosofia da verdadade inclui o pressuposto de que todo pensamento pode ser tão falso quanto um sonho. Com isso, passou a pensar por si próprio. Foi então que surgiu em sua mente a máxima: "penso, logo existo", que lhe pareceu inabalável, incontestável, e portanto, o início de sua nova filosofia. Partindo dessa sua primeira máxima, descreve o corpo e a alma como entes separados, e que a alma é o que pensa, é a essência do ser, independente da existência de um corpo ou de um lugar material.
Conforme sua interpretação da alma imaterial, seu conceito de perfeição implica na
obrigatória existência de Deus, pois para que ele saiba o que é a perfeição é preciso que exista algo superior a si mesmo; e que as imperfeições ocorrem no plano material, sendo que então Deus seria um ser perfeito e, por isso, imaterial.
Também afirma com a mesma convicção da existência de Deus a eficácia única da razão, posto que somente ela independe de tudo quanto é imperfeito: sentidos e imaginação.

Na conclusão de sua obra, fica evidente que Descartes tem a mais pura busca pela verdade e pelo progresso científico com uma sistemática impecável. Soa por vezes humilde, mas em geral um pouco arrogante, talvez por saber da importância de sua nova filosofia.
Mas que não nos enganemos: por mais mal-interpretado e mal-aplicado que seu método tenha sido na construção das ciências que conhecemos atualmente, o "Discurso do Método" de Descartes desempenhou papel fundamental em todo o conhecimento que se teve, tem e terá.

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