A sociedade é como uma rede de relações e vínculos, às vezes horizontais, mas principalmente caracterizados como verticais. Assim, para a consolidação desses, é necessário um componente que garanta a autoridade de certas pessoas ou grupos. Por sua vez, a autoridade pode ser entendida no pensamento weberiano como uma forma de poder legitimada por aqueles subordinados à ela. Ao passo que é apresentada de três formas, como Carismática, Tradicional e Legal-Racional.
Assim, analisando mais a fundo a autoridade tradicional, pode-se observá-la como um fruto das relações de costumes e crenças de bases anteriores. Logo, repertórios sócio-culturais tornam-se legítimos pela ampla disseminação ao longo da história. Todavia, essa forma de vigência do ideias, pode perpetuar noções não só equivocadas, mas também danosas.Isso porque, perspectivas muito divulgadas sem embasamento, propiciam o surgimento de erros, e, por conseguinte, falas preconceituosas, pois aderiram a certo conceito por ser legitimado pelo povo e não por ter uma base fidedigna.
Tal noção pode ser observada na obra “Raça e Racismo”, de Silvio Almeida, que explica as diferenciações entre os tipos de racismo, como Estrutural e Institucional. Nessa via, o autor analisa esse comportamento como inerente à estrutura contemporânea, em detrimento da responsabilização individual. Todavia, essa perspectiva se analisada mais profundamente, traz à luz a maneira como tal comportamento, anteriormente legitimado pelo Governo, como com políticas escravatórias, passou a ser aderido pela sociedade transformando-se em uma autoridade tradicional, pois traduz-se como uma crença social. Dessa forma, ambos estudos são intrínsecos, uma vez que pode-se entender a tese de Silvio Almeida com os estudos de Weber.
Em suma, as noções de poder sobre outrem são muito investigadas pela Sociologia e pela Filosofia. Nesse contexto, na contemporaneidade, o racismo presente na sociedade pode ser entendido como uma forma de reprodução dessa “autoridade” entre grupos, em que comportamentos são incorporados por serem legitimados por figuras de poder.
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