No início dos anos 90, Caetano Veloso cantava: ´´ Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial´´. A música refletia a sensação de desajuste diante das mudanças geopolíticas da época, mas sua mensagem continua atual. Estamos vivendo em tempos de incerteza, onde a sensação de desordem e caos parece estar cada vez mais presente no cotidiano. Sob essa ótica, surge a reflexão: o mundo está fora da ordem ou a ordem está fora do mundo?
Se consideramos a primeira hipótese, podemos analisar as crises ambientais, os conflitos geopolíticos, as disparidades sociais e a ascensão de discursos extremistas como evidências de uma sociedade que perdeu sua estrutura organizada. Governos e grandes corporações continuam promovendo modelos econômicos pautados no consumo exacerbado, enquanto cientistas alertam para a urgente necessidade de modificações. À luz disso, podemos verificar que a ordem natural do mundo está sendo desestabilizada também pela própria humanidade e que a organização econômica vigente não faz mais sentido diante da realidade ambiental, pois prioriza o lucro e deixa de lado o bem-estar dos indivíduos.
Por outro lado, se considerarmos que a ordem está fora do mundo, estamos dizendo que a ideia de ´´ordem´´ que temos não se encaixa mais no mundo contemporâneo. Um exemplo desse cenário é o conflito entre Israel e Palestina. Em teoria, organismos internacionais como a ONU foram criados para manter a ordem mundial. Entretanto, mesmo com anos de negociações diplomáticas, a guerra continua, mostrando que a chamada ´´ordem´´ não consegue conter o caos. Esse caso demostra como a estrutura internacional pode favorecer certos interesses, tornando a estabilidade um conceito relativo.
Sendo assim, as duas visões são possíveis e talvez até complementares, sendo essencial perceber que há um descompasso entre a realidade e os mecanismos que deveriam garantir o equilíbrio. Portando, é preciso encontrar caminhos para conseguir a harmonia no mundo, com a necessidade de uma ordem que seja justa, flexível e eficiente para a maior parte da população.
Caroline Maria Duarte - 1 ano Direito ( matutino )
Nenhum comentário:
Postar um comentário