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quinta-feira, 27 de março de 2025

A influência de Francis Bacon no pensamento Hobbesiano

Foi publicado em 1620, por Francis Bacon, um livro que revolucionaria o pensamento racional do homem e o impulsionaria para a era do iluminismo. Esse livro se chamaria Novum Organum, e versaria sobre um novo método de pensamento, mais racional, que não se baseava no senso comum e que buscava explicar detalhadamente (sem abrir margem para o fenomenológico) o método científico empírico e indutivo.

Para Bacon, o senso comum é resultado do labor da mente em buscar explicações rasas e sem fundamento racional para as indagações do cotidiano; ou segundo suas próprias palavras: “O intelecto humano não é luz pura, pois recebe influência da vontade e dos afetos, donde se poder gerar a ciência que se quer. Pois o homem se inclina a ter por verdade o que prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; a sobriedade, porque sofreia a esperança; os princípios supremos da natureza, em favor da superstição; a luz da experiência, em favor da arrogância e do orgulho, evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; paradoxos, por respeito à opinião do vulgo.”

O senso comum, portanto, é tido como o propulsor que engendrou os pensamentos dogmáticos que buscavam explicar os fenômenos da natureza, e que obstaculizavam o verdadeiro conhecimento, livre de influências religiosas, opiniões pessoais e erros inerentes à própria natureza humana.

Thomas Hobbes, que foi secretário de Francis Bacon de 1621 até 1626, em sua obra mais conhecida: O Leviatã, utilizou da ideia do senso comum de Bacon para explicar algumas particularidades do espírito humano, como sua propensão à manipulação. Em um trecho, Hobbes afirma: “A ignorância dos significados das palavras é a falta de entendimento e dispõe os homens a aceitarem algo por confiança... e, além disso, os dispõe a aceitarem as coisas sem sentido daqueles que eles confiam”; essa observação está diretamente ligada à crítica de Bacon ao senso comum, visto que Hobbes reconhece a facilidade com que os homens aceitam ideias e crenças sem questionamento, muitas vezes baseados na confiança em autoridades. Além disso, Hobbes recorre à mesma conciliação entre fé e razão presente em Bacon para explicar a crença dos seres humanos em um ser Divino. Ele escreve: “A curiosidade, ou o amor pelo conhecimento das causas, faz que o homem busque a causa; e outra vez; a causa daquela causa, até que, por necessidade, chegue ao pensamento de que existe uma causa sem causa anterior que é eterna, e a isso os homens chamam de Deus. Por esse motivo, é impossível fazer qualquer investigação profunda das causas naturais sem estar inclinado a acreditar na existência de um Deus Eterno; mesmo não tendo qualquer ideia Dele na mente que corresponda à Sua natureza”.

Portanto, é evidente que Hobbes utilizou importantes conceitos do empirismo baconiano para fundamentar suas teorias, aplicando-os tanto na análise do comportamento humano quanto em sua reflexão sobre o papel da religião na sociedade e na política.

Yago Arbex Parro Costa - 1° ano - Direito (Noturno)

Um comentário:

  1. Yago, utilize exemplos atuais para trazer essa teoria aos dias de hoje. A atividade não é apenas um resumo da teoria.

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