Foi publicado em 1620, por Francis Bacon, um livro que revolucionaria o pensamento racional do homem e o impulsionaria para a era do iluminismo. Esse livro se chamaria Novum Organum, e versaria sobre um novo método de pensamento, mais racional, que não se baseava no senso comum e que buscava explicar detalhadamente (sem abrir margem para o fenomenológico) o método científico empírico e indutivo.
Para Bacon, o senso comum é resultado do labor da
mente em buscar explicações rasas e sem fundamento racional para as indagações
do cotidiano; ou segundo suas próprias palavras: “O intelecto humano não é luz
pura, pois recebe influência da vontade e dos afetos, donde se poder gerar a
ciência que se quer. Pois o homem se inclina a ter por verdade o que prefere.
Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da
investigação; a sobriedade, porque sofreia a esperança; os princípios supremos
da natureza, em favor da superstição; a luz da experiência, em favor da
arrogância e do orgulho, evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras;
paradoxos, por respeito à opinião do vulgo.”
O senso comum, portanto, é tido como o propulsor que
engendrou os pensamentos dogmáticos que buscavam explicar os fenômenos da
natureza, e que obstaculizavam o verdadeiro conhecimento, livre de influências
religiosas, opiniões pessoais e erros inerentes à própria natureza humana.
Thomas Hobbes, que foi secretário de Francis Bacon de
1621 até 1626, em sua obra mais conhecida: O Leviatã, utilizou da ideia do
senso comum de Bacon para explicar algumas particularidades do espírito humano,
como sua propensão à manipulação. Em um trecho, Hobbes afirma: “A ignorância
dos significados das palavras é a falta de entendimento e dispõe os homens a
aceitarem algo por confiança... e, além disso, os dispõe a aceitarem as coisas
sem sentido daqueles que eles confiam”; essa observação está diretamente ligada
à crítica de Bacon ao senso comum, visto que Hobbes reconhece a facilidade com
que os homens aceitam ideias e crenças sem questionamento, muitas vezes
baseados na confiança em autoridades. Além disso, Hobbes recorre à mesma
conciliação entre fé e razão presente em Bacon para explicar a crença dos seres
humanos em um ser Divino. Ele escreve: “A curiosidade, ou o amor pelo conhecimento
das causas, faz que o homem busque a causa; e outra vez; a causa daquela causa,
até que, por necessidade, chegue ao pensamento de que existe uma causa sem
causa anterior que é eterna, e a isso os homens chamam de Deus. Por esse motivo,
é impossível fazer qualquer investigação profunda das causas naturais sem estar
inclinado a acreditar na existência de um Deus Eterno; mesmo não tendo qualquer
ideia Dele na mente que corresponda à Sua natureza”.
Portanto, é evidente que Hobbes utilizou importantes
conceitos do empirismo baconiano para fundamentar suas teorias, aplicando-os
tanto na análise do comportamento humano quanto em sua reflexão sobre o papel
da religião na sociedade e na política.
Yago Arbex Parro Costa - 1° ano - Direito (Noturno)
Yago, utilize exemplos atuais para trazer essa teoria aos dias de hoje. A atividade não é apenas um resumo da teoria.
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