Auguste Comte foi um dos pensadores mais
importantes da humanidade, tendo como sua principal contribuição a fundação da
sociologia. Mais especificamente, Comte elaborou a corrente de pensamento
denominada Positivismo, que defende, sobretudo, a atuação da sociologia
inspirada nas ciências naturais, isto é, o estudo dos fenômenos sociais de
maneira totalmente empírica e neutra, deixando de lado qualquer subjetividade
do sociólogo.
Além disso, Comte elaborou a Lei dos
três estados, na qual afirmava que o pensamento humano e a maneira dos
indivíduos compreenderem o mundo evolui através de três estágios – sendo o
primeiro teológico, o segundo metafísico e o terceiro positivo. Dessa forma, o
sociólogo acreditava que uma sociedade, quanto mais próxima estivesse do seu
auge, mais utilizaria da ciência para entender a realidade e resolver seus
problemas.
Recentemente, durante a pandemia de
COVID-19, instaurou-se uma enorme polêmica a respeito das vacinas contra o
vírus, com diversas autoridades (inclusive o então presidente da república Jair
Bolsonaro) questionando a eficácia e a segurança dos imunizantes que estavam
sendo produzidos. Tais questionamentos evoluíram para uma onda de acusações
alarmistas dos mais variados tipos, como a possibilidade de desenvolver
problemas vasculares e ter um chip chinês introduzido no próprio corpo.
O ponto crucial dessa discussão é que, enquanto as vacinas foram estudadas, produzidas e testadas seguindo rigorosamente os critérios estabelecidos por anos de estudos científicos, as acusações levantadas contra elas não continham o mínimo embasamento. Ainda assim, uma parcela relevante da população optou por acreditar nas falsas afirmações, incluindo o então presidente Jair Bolsonaro, o que levou a uma postura negacionista por parte do Governo Federal. Com isso, crenças totalmente infundadas levaram ao atraso na compra de vacinas e à não cooperação entre a União e o governo do estado de São Paulo para a produção da CORONAVAC, causando danos irreversíveis a milhares de famílias brasileiras.
Portanto, através dessa postura trágica do
Governo Federal, respaldada por grande parte dos cidadãos, é possível inferir
que o Brasil ainda está muito longe do estado positivo de Comte; pois, se fosse
o caso, tal aberração nunca teria ocorrido. Para que o Brasil caminhe em
direção ao progresso, é necessário – segundo o sociólogo – que os indivíduos e as
autoridades se desprendam de crenças pessoais e passem a utilizar a ciência
para investigar e resolver os problemas da nação.
Tiago Zanola Ferranti, 1º ano - Matutino,
RA: 241221366
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