Não é novidade que o sistema trabalhista vigente, apoiado em uma economia e sociedade capitalista, é marcado historicamente pela exploração e dominação do empregado pelo empregador. Essa lógica marxista, mesmo que proposta no século XIX, ainda é pertinente, apesar de suas nuances. O sistema exploratório do trabalhador ainda permeia a sociedade e ainda acarreta a concentração de renda e a consequente desigualdade social.
Nessa perspectiva, a partir de uma análise da situação atual do trabalhador brasileiro e de suas condições de trabalho, é explícito o crescimento do desemprego estrutural impulsionado pelos avanços tecnológicos, assim como a contribuição dessas tecnologias para a precarização os tipos de emprego já existentes. Dessa forma, cabe uma análise de como essa mecanização do trabalho se intensificou no período da pandemia devido ao isolamento social e às novas tecnologias. Tótens de autoatendimento, maquinários agrícolas e Chatbots são apenas alguns são exemplos claros dessa substituição de mão de obra humana para a mecânica, a qual ocasiona um alto índice de desemprego, precarizando vidas e condições sociais sem previsões de melhoria.
Além disso, vale ressaltar também o crescimento das Inteligências Artificiais no cenário produtivo que resulta na debilitação de empregos presentes na sociedade. Nesse sentido, é interessante e pertinente pontuar a fala do governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a qual propôs a adoção da Inteligência Artificial para elaborar aulas para os professores. A ideia é válida, no entanto converge com a garantia e qualidade do trabalho do professor, uma vez que submete a capacidade intelectual do indivíduo à dependência de uma tecnologia.
Portanto, percebe-se claramente que a situação de trabalho presente já é precarizada e fragilizada, tanto pela exploração capitalista quanto pela substituição e mecanização da mão de obra. Outrossim, também é notório que esse cenário apenas tende a piorar dado o constante e forte crescimento das tecnologias e sua inserção na sociedade. Dessarte, a única ferramenta que resta e que se mantêm firme e dominante durante toda a história das desigualdades e da exploração é o Direito. O uso do Direito é fundamental para que haja a resistência e a luta contra essa opressão, valorizando e protegendo o trabalhador para que ele conquiste um trabalho digno, qualificado, decente e seguro.
Maria Clara Cossentini Campos, 1º ano - Direito, noturno. RA: 241223377
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