Richard Sennett realiza em sua obra “A corrosão do caráter” uma comparação entre o homem moderno e seu antecessor no mercado de trabalho e nas suas relações sociais, o que, segundo Marx e Engels, em “A dialética alemã”, estão diretamente interligados. Sennett enfatiza a forma como a modernidade e sua busca continua por maiores produções impedem a estabilidade e previsibilidade, além impossibilitar as relações de longo prazo entre os indivíduos baseadas na confiança.
Marx aponta que a
definição do que é o individuo depende das condições materiais que ele possui
e, em uma realidade moderna que convive com a maximização da produção, esse
individuo passa a buscar essa produtividade também. O modo de vida passa a ser
determinado pela produção, tornando as relações sociais de curto prazo, por
serem mais vantajosas em um ambiente de constantes mudanças e rotatividades de
cargos e funções.
Sennett evidência
as dificuldades que um pai encontra na educação e convivência com seus filhos.
Em busca de melhores condições de vida, ele se vê obrigada a trabalhar longas
horas e, nesse período, perde o desenvolvimento e o crescimento de seus filhos.
A pressão pela produtividade leva aos questionamentos sobre os valores e como
deve-se educar os novos sujeitos sociais dentro de uma moral que vem sendo
trocada por relações superficiais e transitórias.
Percebe-se que os
questionamentos de Sennett quanto as preocupações do homem moderno são
fundamentados e esclarecidos por Marx e Engels e sua relação dos modos de
produção com a forma de vida desses indivíduos e o que eles são. A necessidade contínua
de mais produção e o crescente caráter transitório e temporário das relações de
trabalham transformam as relações sociais e o cotidiano dos indivíduos. Não há
mais previsibilidade e segurança em um emprego, tudo se tornou a curto prazo,
imediatista, e o homem moderno tenta conciliar essa realidade com seus valores.
Ana Beatriz Lemes Magalhães
1° ano - Direito noturno
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