O Funcionalismo é uma visão de mundo que utiliza da metodologia do "dever ser", ou seja, como tal coisa deve ser na sociedade. Para isso, a sociedade organiza-se em uma célula em que cada indivíduo exerce uma função específica, contribuindo, assim, para o todo. Com o sucesso dessa organização, a sociedade estaria saudável, funcionando corretamente, com deveres e direitos civis estabelecidos, assim como as funções de cada coisa ou pessoa.
Dessa maneira, Durkheim baseia-se nessa ideologia para afirmar que, no quesito científico, tudo estaria relacionado a tal questão de direitos e deveres, fugindo dos pensamentos metafísicos e pautando-se na metodologia do "dever ser". Dessa forma, ele estabelece o conceito de "expectativa social", a qual seria, por sua vez, o cumprimento das funções e das leis. Consequentemente, para ele, o coletivo é superior ao individual, culminando na noção de solidariedade (quando o ser nega a si mesmo em detrimento da coerção social), a qual pode ser mecânica (feita automaticamente pela sociedade) ou orgânica (de modo social, necessita de interdependências)
Outrossim, o filósofo propõe a noção de fatos sociais: esses valores que vão além do indivíduo em si e servem para todos a fim de manter a coerção social. Tais fatos podem ser: normal, quando a expectativa social é cumprida corretamente, ou patológico, quando a sociedade é desestruturada, contestando a lógica dessa. É importante frisar que o fato social deve ser analisado de forma imparcial e considerando o contexto da época, ou seja, ele tem característica histórica.
Por fim, conclui-se que a ideologia exposta por Durkheim é de extrema importância, sendo extremamente necessária a fim de estudar toda e qualquer sociedade em seu espaço-tempo, buscando encontrar as funções sociais de cada grupo da época e como esses relacionavam-se diante de cada situação. Entretanto, os conceitos estabelecidos pelo filósofo recebem alguma críticas acerca do conservadorismo implícito neles, visto que eles não pretendem mudar as funções sociais, mas sim reafirmá-las e garantir as infraestruturas que nelas baseiam-se.
Desse modo, conclui-se que, no século XXI, talvez esse raciocínio não seja o melhor caminho para se pensar. É fato que ele auxilia muito quando se trata de aprender sobre as sociedades, como já citado anteriormente, mas não significa que ele é completamente correto e deve ser seguido à risca, uma vez que a sociedade é dinâmica e, portanto, muda constantemente, o que dificulta na manutenção das mesmas funções sociais para os mesmos grupos populacionais.
Laura Picazio, 1º Semestre de Direito, turma matutina.
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