Titulo: A autodestruição do Estado pela solidariedade mecânica
Tese: Solidariedade mecânica como combustível para revoluções
Segundo Emile Durkheim, existem duas vertentes de solidariedade, considerando-se solidariedade como a negação de si no contexto de sua teoria, a mecânica e a orgânica, cada uma se diferenciando pela origem motivadora da solidariedade do indivíduo. Sendo a solidariedade mecânica aquela que conduz o indivíduo a respeitar as normas pelo medo da penalização ao se infringir a norma e a solidariedade orgânica aquela que conduz o indivíduo a respeitar as normas por conta da interdependência entre os indivíduos como resultado da alta divisão do trabalho.
Feitas as considerações iniciais a respeito dos conceitos elaborados por Durkheim, analisa-se que a presença da solidariedade mecânica em uma sociedade, seja ela moderna ou pré-moderna, possui um período de vida muito curto quando comparada a solidariedade orgânica e a sua utilização não resulta em nada a não ser o sentimento de ódio público para com a figura de poder vigente, como, por exemplo, as monarquias francesas e britânicas, tendo como resposta para a utilização da solidariedade mecânica, a revolução francesa e a revolução puritana, respectivamente.
Já em um contexto de sociedade moderna, os exemplos se distribuem por todo o mundo, tanto em governos autoritários como em governos menos democráticos que utilizam do medo como ferramenta de coerção social, nos dois contextos históricos a utilização do medo serviu de combustível para a revolução. A partir do momento no qual a sociedade passa a não temer mais as punições exemplares do poder vigente, a reação que se obtém como resultado é a mobilização em massa de um conjunto de pessoas propostas a derrubar a figura de poder em questão.
Portanto, mesmo a solidariedade mecânica sendo um dos fatos observados por Durkheim como eficiente e válida de utilização para a manutenção da coesão social, percebe-se que seu funcionamento de fato possui uma duração relativamente curta comparada à solidariedade orgânica e o resultado da sua utilização apenas resultado na destruição do poder vigente e, em alguns casos, a reestruturação da sociedade como um todo, ou seja, ela acaba sendo a arma usada pelo poder vigente que acaba por se auto destruir ao utiliza-la.
Nome: Pedro Henrique Cleis de Oliveira Turno: Matutino
RA: 221224301
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