Na obra “Ponto de Mutação”, que retrata o encontro de três personagens bastante distintos entre si, é possível encontrar uma crítica à maneira atual de conhecimento e a forma como ela é incapaz de lidar com contratempos dos mais diversos.
A princípio, é pertinente ressaltar que o Cartesianismo, postulado pelo francês René Descartes, pressupõe a divisão dos itens que virão a ser analisados em partes isoladas, sendo que cada uma dessas partes devem ser aferidas de forma individual. Uma manifestação clássica desse método de pensamento nos tempos atuais é a separação do saber em áreas distintas. As ciências da natureza, por exemplo, se encarregam de explorar os fenômenos físicos, ao passo em que as ciências humanas abraçam a sociedade humana. Além disso, dentro de cada uma dessas ciências também existem subdivisões ainda mais específicas.
É fato que essas características da ciência moderna ajudaram o ser humano a modernizar o mundo no qual está inserido. Todavia, assim como é demonstrado no filme, esse método é inapto para solucionar uma parcela considerável dos problemas de maneira satisfatória. A compreensão e solução de problemas ecológicos, por exemplo, certamente seria muito mais eficiente se os campos do conhecimento dialogassem mutuamente.
Portanto, é evidente que a elaboração de novas bases para a epistemologia é fundamental para se atravessar as dificuldades na resolução de contratempos. Nesse sentido, o rompimento com a maneira clássica de ensino, onde se prevalece a fragmentação do saber, seria o primeiro passo rumo a isso.
Fábio Eduardo Belavenuto Silva - Matutino - 1° amo de Direito
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