O
positivismo, ainda que tenha surgido no século XIX, traz consigo questões muito
atuais, principalmente quanto às soluções imediatas pregadas por Comte. A
exemplo disso notam-se ocorrências de frases como: “bandido bom é bandido
morto”.
Dessa
forma, as problemáticas são observadas de modo superficial e, logo, geram
resoluções também superficiais, sem adentrar na complexidade do assunto. Nessa
perspectiva, para acabar com a pobreza bastaria dar um emprego as pessoas que
resolveria, independendo de uma ação efetiva do governo como, por exemplo,
promover uma educação inclusiva e de melhor qualidade.
Entretanto,
esse imediatismo se encontra enraizado em nosso país, pois é usado até mesmo em
processos jurídicos. A operação lava-jato é um grande exemplo desse fato,
porque se acredita que, apenas a partir dela, erradicar-se-á a corrupção da
nação e que com a prisão de alguns esse problema não voltará mais a ocorrer.
Não se apura o problema estrutural do qual essa questão integra-se e que
enquanto essa – a estrutura – não for modificada, a corrupção e os demais
obstáculos da sociedade brasileira continuarão em seus modus operandi.
Sendo
assim, o imediatismo do positivismo deve estar em consonância com outras
atitudes, para que esse seja apenas o primeiro passo para a resolução de um
contratempo e não a solução total. Logo, Comte, alvo de muitas críticas por
esse conceito – o imediato – nos dá unicamente o prelúdio para que, então,
continuemos a sanar as distorções presentes no tecido social.
Kenia Saraiva Ribeiro - Direito (Noturno)
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