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sexta-feira, 23 de março de 2018

As mulheres, o Positivismo inercial e o Direito transformador.


      Em meio aos gritos de um protesto de mulheres guerreiras que clamavam por justiça, uma profunda tristeza e contrariedade invadiram meu peito e tomaram conta das minhas reflexões acerca da relação que eu poderia estabelecer entre o Positivismo e o Direito (em um contexto de transformações sociais). Diante disso, voltei meus pensamentos para a questão da mulher no Brasil e por que ela ainda é tão problemática.
      Penso que o Direito tem o papel fundamental de garantir tudo o que foi conquistado pelas lutas dos movimentos sociais. E embora haja uma contradição no fato desses direitos estarem garantidos e não serem cumpridos, percebo que é devido a uma visão positivista, que domina o senso comum do corpo social brasileiro e que ainda tende a enxergar a sociedade de uma forma patriarcal, que essa problemática se perpetua.
      Assim, para explicar tal conclusão, volto-me a um vocabulário dos estudos da Física, também com o objetivo de aproximar-me da visão cientificista, proposta por Augusto Comte, e estabelecer meu raciocínio. Dessa forma, é possível observar que essa filosofia positivista busca manter a sociedade em uma situação de inércia, explicada por Newton no estudo de sua primeira lei, em que afirma ser a tendência de um corpo permanecer como está. E é justamente isso que impede que transformações sociais, em relação à situação da mulher, já garantidas pelo Direito, como o sufrágio universal, a licença à maternidade, as leis que coíbem a violência contra esse público, e as mudanças que ainda precisam ser legitimadas, de se perpetuarem e se efetivarem na sociedade como um todo.
      Nesse contexto, desejo de todo coração e da forma mais sincera que essa visão positivista e inercial se afaste da nação brasileira. Além disso, acredito que apenas por meio de uma educação edificante, que enfatize os direitos humanos e o das mulheres e que estabeleça a necessidade do princípio da equidade se perpetuar, é que a situação  das mulheres no Brasil, inserido no contexto de um Direito assegurador de transformações sociais, se modificará.

Alice Oliveira Silva 
Turma XXXV- Direito (noturno)


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