O século XVI marcou-se, majoritariamente, pela reforma protestante. Deu-se aí, junto com a propagação de uma nova
doutrina religiosa e a decadência do feudalismo no século XV, a disseminação
do instinto acumulador de capital e de consumo. O ideal protestante estava
intrinsecamente relacionado com essa forma de capitalismo da época. O trabalho
se dava como algo inerente ao homem e o capitalismo apenas uma consequência da
ética protestante que faria com que os homens alcançassem a salvação eterna.
A influência desse ideal protestante no mundo ocidental faz com que as
nações sejam embasadas nesse modo de vida, as instituições tornam-se reflexo
disso, o direito acaba por ter a função de legitimar a doutrina e legalizar o
que seria chamado por Max Weber de uma espécie de dominação legal na sociedade.
As ações individuais são ponderadas a partir deste raciocínio dominante, chamado
por, também, Weber, isto é, de ação social; quando os indivíduos são influenciados
a agir em um molde comum.
Ademais, na atualidade, vê-se a burocracia como um instrumento de legitimação
interligado ao direito, uma vez que os meios contratuais burocráticos que regem
a sociedade são determinados pelo direito, que por sua vez é determinado pelo
pensamento capitalista. Contratos de aluguel, de compra e venda, entre outros,
ao serem ratificados garantem ao dono o lucro de seu desejo.
O pressuposto de ação social, de Weber, é visto na atualidade nos meios
de consumo. Comprar algo que esteja em ascensão, bem como atualizar o modelo de
iphone, comprar um novo modelo de tênis, ou seja, sempre se atualizar nas
formas de consumo. O capitalismo interligado ao movimento protestante que
predomina o mundo ocidental é responsável por isso.
Pode-se, ainda, ver de forma análoga ao conceito de ação social, a indústria
cultural. Os meios midiáticos, repassam todo o espirito consumista aos indivíduos.
A busca do meio social de estar sempre atualizado nas formas de consumo revela
a influência que o pensamento protestante originado no século XVI que se atrela
ao espirito capitalista e rege os modos de consumo da atualidade. A cultura,
que é o meio próprio do homem de produzir algo novo, encontra-se delimitada a
tais pressupostos citados. O predomínio do pensamento capitalista burguês que
se fundou em uma doutrina religiosa faz-se ainda atual.
Pedro Henrique Lourenço Pereira - Direito 1º ano - Matutino
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