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sábado, 5 de agosto de 2017


O método cientifico versus os vícios humanos

O Direito é uma associação da ética com a ciência. Ao citar a segunda palavra vem logo em mente os filósofos Bacon e Descartes. Ambos possuíam uma noção de ciência inovadora e bem distante do conceito antigo, sendo conhecida como ciência moderna.

Para Descartes, o método cientifico deve ser orientado pela razão de maneira a superar as superstições, extremamente enraizados na Idade Média. Já para Bacon, o “olhar mais de perto” é a melhor maneira de descobrir-se ciência, já que é uma associação da razão com a realidade, o que pode ser considerado como experiência. Esses dois filósofos foram extremamente importantes para a ciência moderna, pois, a partir desse momento, nasce o conhecimento como neutro e guiado pela razão, sempre despedido de paixões e sentimentos.

O mais importante para a ciência moderna e para esses filósofos é o conceito de verdade, que só é feita, segundo eles, com a razão e a ciência. Dessa maneira, enquanto para Descartes o ensino tradicional e a filosofia clássico são decepcionantes por nãos buscarem a verdade, servindo apenas para contemplar as descobertas, para Bacon os filósofos gregos que, segundo o mesmo, “estão sempre prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois, a sua sabedoria é farta em palavras, mas estéril de obras. Ou seja, eles se limitavam a apenas discutir e contemplar o mundo e não desejam ir a fundo de aprender novos conhecimentos. Além disso, para Bacon, a ciência deve ser útil de alguma maneira na relação do homem com o conhecimento e, caso não haja, a mesma é desmerecida.

Em meio a essa conjuntura, os conceitos básicos à razão cientifica, segundo Descartes, são até hoje utilizados. O primeiro dele é nunca aceitar algo como verdadeiro até que se conheça como tal claramente, evitando a pressa para acreditar como verdade e sempre se utilizando da prevenção. O segundo, é repartir as dificuldades, de maneira a raciocinar-se cobre a melhor forma de solucionar a discussão. A terceira é direcionar os pensamentos por ordem de simplicidade, colocando a frente sempre os de mais fáceis solução e, por último, os mais complexos. Por fim, o quarto, é efetuar as relações metódicas completas e revisar de maneira a ter certeza de que não houve omissão de algo.

Também de acordo com Bacon, o conhecimento não pode ser levado pela corrupção da mente, devendo se livrar de ídolos e do senso comum. E é aí que entra a maior dificuldade do homem moderno. Nos prendemos a esses conceitos como se fossem verdades e conhecimentos eternos, ignorando totalmente a racionalidade. Mesmo com o método todo examinado, classificado e explicado pelos filósofos, e citados anteriormente, nós humanos não conseguimos nos livrar desses vícios.

O homem é conhecido por ser o único animal racional. Dessa maneira, aprendemos a nos comunicar, construir ferramentas que facilitassem o nosso dia-a-dia e evoluímos nos conhecimentos e as tecnologias até chegarmos ao hoje. No entanto, uma característica única e marcante nossa é a facilidade com que nos deixamos levar pela comodidade, explorada desde de Sócrates com o mito da caverna. O mito, conhecido universalmente pela inovação no olhar para com o homem e na sua modernidade apesar de ter sido escrito a muitos séculos, é um exemplo do vício do homem ao senso comum e `a idolatria. Buscamos nos eventos familiares maneiras de nos conformarmos com o mundo e seus acontecimentos, sem que haja questionamento. Já a idolatria, é uma forma de manipulação por falsas percepções, podendo ser bem observada nas torcidas de times de futebol, nos sentimentos humanos, nas pessoas e, até, pela religião.

Perante toda a analise já feita, percebe-se que o homem, apesar de mostrar-se extremamente persistente na busca pela verdade, com o método cientifico e todas as suas regras, também é um ser fraco e cômodo, esperando que a verdade que melhor lhe convenha cai ao seu colo. Diante disso, é necessário buscar ao máximo livrar-se desses vícios que nos impedem de sermos plenamente racionais e de buscarmos as verdades legitimas. Só assim, o homem irá obter progresso.

Luísa Lisbôa Guedes, 1º ano Direito Diurno



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