O método cientifico
versus os vícios humanos
O Direito é uma associação da
ética com a ciência. Ao citar a segunda palavra vem logo em mente os filósofos
Bacon e Descartes. Ambos possuíam uma noção de ciência inovadora e bem distante
do conceito antigo, sendo conhecida como ciência moderna.
Para Descartes, o método
cientifico deve ser orientado pela razão de maneira a superar as superstições, extremamente
enraizados na Idade Média. Já para Bacon, o “olhar mais de perto” é a melhor
maneira de descobrir-se ciência, já que é uma associação da razão com a
realidade, o que pode ser considerado como experiência. Esses dois filósofos
foram extremamente importantes para a ciência moderna, pois, a partir desse
momento, nasce o conhecimento como neutro e guiado pela razão, sempre despedido
de paixões e sentimentos.
O mais importante para a ciência
moderna e para esses filósofos é o conceito de verdade, que só é feita, segundo
eles, com a razão e a ciência. Dessa maneira, enquanto para Descartes o ensino
tradicional e a filosofia clássico são decepcionantes por nãos buscarem a
verdade, servindo apenas para contemplar as descobertas, para Bacon os
filósofos gregos que, segundo o mesmo, “estão sempre prontos para tagarelar,
mas são incapazes de gerar, pois, a sua sabedoria é farta em palavras, mas
estéril de obras. Ou seja, eles se limitavam a apenas discutir e contemplar o
mundo e não desejam ir a fundo de aprender novos conhecimentos. Além disso,
para Bacon, a ciência deve ser útil de alguma maneira na relação do homem com o
conhecimento e, caso não haja, a mesma é desmerecida.
Em meio a essa conjuntura, os
conceitos básicos à razão cientifica, segundo Descartes, são até hoje utilizados.
O primeiro dele é nunca aceitar algo como verdadeiro até que se conheça como
tal claramente, evitando a pressa para acreditar como verdade e sempre se
utilizando da prevenção. O segundo, é repartir as dificuldades, de maneira a raciocinar-se
cobre a melhor forma de solucionar a discussão. A terceira é direcionar os pensamentos
por ordem de simplicidade, colocando a frente sempre os de mais fáceis solução e,
por último, os mais complexos. Por fim, o quarto, é efetuar as relações
metódicas completas e revisar de maneira a ter certeza de que não houve omissão
de algo.
Também de acordo com Bacon, o
conhecimento não pode ser levado pela corrupção da mente, devendo se livrar de ídolos
e do senso comum. E é aí que entra a maior dificuldade do homem moderno. Nos
prendemos a esses conceitos como se fossem verdades e conhecimentos eternos,
ignorando totalmente a racionalidade. Mesmo com o método todo examinado,
classificado e explicado pelos filósofos, e citados anteriormente, nós humanos
não conseguimos nos livrar desses vícios.
O homem é conhecido por ser o único
animal racional. Dessa maneira, aprendemos a nos comunicar, construir
ferramentas que facilitassem o nosso dia-a-dia e evoluímos nos conhecimentos e
as tecnologias até chegarmos ao hoje. No entanto, uma característica única e
marcante nossa é a facilidade com que nos deixamos levar pela comodidade,
explorada desde de Sócrates com o mito da caverna. O mito, conhecido
universalmente pela inovação no olhar para com o homem e na sua modernidade
apesar de ter sido escrito a muitos séculos, é um exemplo do vício do homem ao
senso comum e `a idolatria. Buscamos nos eventos familiares maneiras de nos
conformarmos com o mundo e seus acontecimentos, sem que haja questionamento. Já
a idolatria, é uma forma de manipulação por falsas percepções, podendo ser bem
observada nas torcidas de times de futebol, nos sentimentos humanos, nas
pessoas e, até, pela religião.
Perante toda a analise já feita,
percebe-se que o homem, apesar de mostrar-se extremamente persistente na busca
pela verdade, com o método cientifico e todas as suas regras, também é um ser
fraco e cômodo, esperando que a verdade que melhor lhe convenha cai ao seu
colo. Diante disso, é necessário buscar ao máximo livrar-se desses vícios que
nos impedem de sermos plenamente racionais e de buscarmos as verdades
legitimas. Só assim, o homem irá obter progresso.
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