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sexta-feira, 24 de abril de 2015

A cura da mente

Novum organum é o título de uma grandiosa obra de Francis Bacon .Seu significado é “novo instrumento”, o que já revela as intenções do autor, seus objetivos: através de seu novo instrumento, ou seja, através de seu método inovador, Bacon busca a “cura da mente”. Superficialmente, o objetivo do autor pode parecer um tanto pretensioso ,mas, na verdade ,os objetivos de Bacon visam apenas à praticidade.
Atualmente é um fenômeno comum observar políticos com discursos inflamados, usando habilmente belas palavras ,ou seja, valendo-se da retórica para manipular a massa. Numa visão baconiana, essa prática “sofista”( a qual fora intensamente criticada por Sócrates) é, no mínimo, equivocada. O objetivo da ciência para o autor é buscar o bem estar do homem, ou seja, através da observação  e da experiência como guias do conhecimento, a legitimidade da ciência consiste em transformar o mundo de maneira concreta e não em usá-la à favor da retórica. Infelizmente a visão de Bacon não é compartilhada por tais políticos populistas e demagogos.
Bacon, em sua obra, criticou, também ,os “ídolos da tribo”, os quais  vinculam-se ao comportamento passional do homem e que geram consequências negativas. Nesse contexto, mais uma vez o “novo organum” se mostra atual: hoje, os ídolos da tribo podem ser relacionados à mídia, a qual aliena o homem e  o induz ao consumo ou a determinados comportamentos sobre os quais ele não tem mais controle. Ou seja, os ídolos da tribo da sociedade pós-moderna capitalista são a mídia, a imprensa que se valem das paixões, da subjetividade humana para induzir o homem a consumir seus produtos ou suas ideologias.

Como foi dito, a obra de Bacon visa a praticidade, a sua aplicação na realidade concreta. Portanto, para o autor, não há nada mais pragmático que o conhecimento: “saber é poder”. Para Bacon, é somente através da ciência guiada por instrumentos experimentais que o homem consegue atingir o conhecimento e, a partir dele, torna-se capaz de dominar a natureza. Isso continua válido até os dias atuais: é através do saber que o homem pode dominar a natureza (física, social, econômica ou política) e dessa maneira se liberta e deixa de ser suscetível a qualquer subjugação, seja por políticos estrategistas, seja  pela mídia alienante e obtém, finalmente, a “cura da mente”.

Victória Afonso Pastori-Direito Noturno-Primeiro Ano

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