Novum organum é o
título de uma grandiosa obra de Francis Bacon .Seu significado é “novo instrumento”,
o que já revela as intenções do autor, seus objetivos: através de seu novo instrumento,
ou seja, através de seu método inovador, Bacon busca a “cura da mente”. Superficialmente,
o objetivo do autor pode parecer um tanto pretensioso ,mas, na verdade ,os
objetivos de Bacon visam apenas à praticidade.
Atualmente é um fenômeno comum observar políticos com
discursos inflamados, usando habilmente belas palavras ,ou seja, valendo-se da
retórica para manipular a massa. Numa visão baconiana, essa prática “sofista”(
a qual fora intensamente criticada por Sócrates) é, no mínimo, equivocada. O
objetivo da ciência para o autor é buscar o bem estar do homem, ou seja,
através da observação e da experiência
como guias do conhecimento, a legitimidade da ciência consiste em transformar o
mundo de maneira concreta e não em usá-la à favor da retórica. Infelizmente a
visão de Bacon não é compartilhada por tais políticos populistas e demagogos.
Bacon, em sua obra, criticou, também ,os “ídolos da tribo”,
os quais vinculam-se ao comportamento
passional do homem e que geram consequências negativas. Nesse contexto, mais
uma vez o “novo organum” se mostra atual: hoje, os ídolos da tribo podem ser
relacionados à mídia, a qual aliena o homem e o induz ao consumo ou a determinados comportamentos
sobre os quais ele não tem mais controle. Ou seja, os ídolos da tribo da
sociedade pós-moderna capitalista são a mídia, a imprensa que se valem das paixões,
da subjetividade humana para induzir o homem a consumir seus produtos ou suas
ideologias.
Como foi dito, a obra de Bacon visa a praticidade, a sua
aplicação na realidade concreta. Portanto, para o autor, não há nada mais
pragmático que o conhecimento: “saber é poder”. Para Bacon, é somente através
da ciência guiada por instrumentos experimentais que o homem consegue atingir o
conhecimento e, a partir dele, torna-se capaz de dominar a natureza. Isso continua
válido até os dias atuais: é através do saber que o homem pode dominar a natureza
(física, social, econômica ou política) e dessa maneira se liberta e deixa de
ser suscetível a qualquer subjugação, seja por políticos estrategistas, seja pela mídia alienante e obtém, finalmente, a “cura
da mente”.
Victória Afonso Pastori-Direito Noturno-Primeiro Ano
Nenhum comentário:
Postar um comentário