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quinta-feira, 7 de março de 2013

ÀS DE COSTUME...

                  Quaisquer tradições culturais, pautadas nas mais variadas vertentes axiológicas sobre as quais se ramificam os grupos sociais, são sempre recalcadas sobre certos costumes que são de geração em geração ensinados.
                Tais costumes, por inúmeras vezes, atingem nossas almas como flechas da mais inquestionável verdade, tapando nossos olhos e deixando escapar à nossa percepção que a sociedade atual é exacerbadamente dinâmica – e cada vez o é mais – a ponto de, em questão de poucas décadas, trazer à legalidade valores antes criminalizados, em detrimento de pragmáticos (pré) conceitos, agora criminosos.
                É em crítica a essa estática imposição de verdades que René Descartes discorre em seu “Discurso do Método”, expondo a razão humana como o necessário diferencial para que superemos as incertezas que nos cercam, bem como para que rompamos com a possibilidade de aceitar o que nos é dito, simplesmente porque alguém considerado importante ou inteligente falou.
                Questionar sobre a origem dos fatos, e por qual razão um costume se manifesta em determinada sociedade, torna-se intensamente relevante hoje, no seio de nossa globalizada convivência, pois ajuda a dirimir preconceitos étnicos, sexuais, raciais, religiosos e outros que outrora foram disseminados em regimes ditatoriais e que em nosso Estado Democrático de Direito são inaceitáveis.
                Por fim, vale lembrar que cabe perfeitamente no sentimento humanitário que vem sendo contemporaneamente corroborado, o que foi ressaltado por Descartes quando discorreu sobre a importância dos estudos racionais e científicos, afirmando que eles devem ser em benefício da humanidade, colaborando com a cura de doenças e tantos outros males. De mais a mais, cabe dizer que o citado autor demonstrou grande solidariedade para com as futuras gerações, afirmando que "é verdade também que os nossos cuidados devem estender-se para mais longe do tempo presente, e que convém omitir as coisas que talvez redundem em algum proveito aos que estão vivos, quando é com o propósito de fazer outras que serão mais úteis aos homens do futuro”. Se assim também pensarmos, destruiremos menos nosso habitat e racionalizaremos nosso conhecimento em prol de nossos herdeiros.

(texto referente à aula 2)

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