No capítulo dois do livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo de Max Weber, percebe-se que os axiomas de Benjamin Franklin definem não só preceitos capitalistas, mas também a conduta humana principalmente em relação ao trabalho.
Essa nova ética contraria o paradigma católico que prevalecia na Europa. Ao contrário do artesão que trabalhava apenas para prover suas necessidades, o capitalista visa ao lucro e toda sua conduta é pautada no acumulo de capital. Assim, o trabalho deixa de ser simplesmente uma forma de adquirir as necessidades materiais. Portanto, sob a ótica capitalista acumular riquezas, trabalhar arduamente relaciona-se com a ideia de virtude e eficiência e não a ideia de ganância e desonestidade.
A Igreja Católica sempre olhou o desenvolvimento capitalista com muitas ressalvas, uma vez que o lucro, a usura, eram considerados pecados por esta instituição. Dessa forma, a doutrina protestante ganhou terreno entre os novos capitalistas, pois na sua ética o trabalho era visto de maneira diferente do catolicismo e de acordo com os anseios dos novos capitalistas.
Frequente e erroneamente, confunde-se a ética capitalista com a ânsia por lucro. Erroneamente porque a ânsia por lucro está presente na sociedade desde a Antiguidade. O capitalismo traz consigo a ideia de racionalização. Racionaliza a economia; a ciência (utiliza e depende das inovações científicas); as relações jurídicas; e portanto racionaliza a humanidade.
Um exemplo desse fenômeno é o "America way ps life" desenvolvido nos Estados Unidos no século XVIII e produz efeitos até os dias de hoje. Sendo assim, nota-se que o Capitalismo não muda apenas o rumo econômico da sociedade, mas também a cultura, uma vez que interfere na conduta do indivíduo, nos seus projetos de vida, nos seus hábitos e costumes, e até mesmo na religião.
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