O embate cultural é causa justamente desse princípio do ganho por si mesmo. Seja natural do ser humano ou do capitalismo, no âmbito da doutrina católica, essa ideia sempre foi vista como uma postura que ia contra a ética cristã, afinal, pelo menos em questões teóricas, o empreendimento material sempre foi visto com indiferença pelos olhos do catolicismo, devido ao desprendimento em relação as "coisas mundanas". O surgimento de uma nova ética, a protestante, foi totalmente oportuna para o fortalecimento capitalista. Uma ideia que ligava a ideia de virtude e eficiência não a ideais como humildade, a caridade e o desprendimento á vida material, como viam os católicos, mas sim o trabalho árduo, a competência para ganhar e produzir e o despojo gerou então um pretexto para seguir uma ideia que, citando Weber novamente, "(...)tão irracional de um ponto de vista ingênuo, é evidentemente o princípio orientador do capitalismo"
Um mundo onde deseje-se produzir, consumir, trabalhar e evoluir de acordo com necessidades reais não é, de forma alguma, um mundo capitalista. Apesar de esse ser o mundo com o qual todos sonhamos e tentamos nos empenhar para torna-lo real, vivemos hoje em um ciclo vicioso e autodestrutivo, no qual o produtor age sem pensar em absolutamente nada e ninguém a não ser o próprio lucro. O consumo, conforme aliás como somos orientados a fazer, é feito de forma desenfreada, frenética e irracional, gerando incontáveis consequências para tudo e todos, inclusive o próprio sistema capitalista, que vem existindo desde a sua origem permeado de crises crônicas, que parecem ser partes intrínsecas desse modo de produção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário