Recentemente, vídeos de
um jovem pregador chamado Miguel Oliveira, mais conhecido como "profeta
Miguel", se espalharam pelas redes sociais brasileiras. Suas pregações
expressivas, promessas de cura milagrosa e declarações polêmicas sobre o valor
das ofertas despertaram tanto admiração quanto críticas por parte do público.
Portanto, mais do que um simples episódio de destaque na mídia, esse caso traz
à tona uma questão antiga, que continua bastante atual: qual o papel da
religião na nossa sociedade? Consequentemente, até que ponto ela pode ser usada
como uma ferramenta de dominação, seja simbólica ou material?
Nesse sentido, deve-se
fazer uma reflexão sobre o propósito da religião. Sob esse viés, o filosofo
alemão Karl Marx afirma: “a religião é o ópio do povo”. Portanto, segundo Marx,
a religião é uma ferramenta de dominação do povo, atuando como um agente
consolador perante as misérias socias e, por conseguinte, ela inibe o
questionamento dos indivíduos sobre o sistema que os coloca nessa situação.
Dessa forma, ela legitima as desigualdades sociais, ao fazer com que as pessoas
aceitem sua condição por acreditarem que se trata de uma provação divina,
protegendo o poder vigente de críticas e contestações.
Diante disso, o caso do
“profeta mirim” nos mostra como a religião tem esse poder de dominação dos
fiéis. Miguel, uma CRIANÇA, é colocado com autoridade absoluta dentro de sua
igreja, prometendo até mesmo a cura de doenças graves, como a leucemia, e
solicitando “ofertas” com valores exorbitantes em troca de bençãos. Logo,
podemos concluir que, atualmente, a religião não serve somente para manutenção
do status quo, mas também serve, em muitos casos, como instrumento de fachada para
empreendimentos que operam com lógica empresarial, ou seja, igrejas que visam
ao lucro, ainda que por meios imorais e antiéticos, sustentadas pela
vulnerabilidade e pela esperança de seus seguidores.
Em suma, o episódio
envolvendo o “jovem pastor” evidencia como a fé pode ser manipuladora e perigosa
se usada como instrumento de exploração. A religião, quando usada com
interesses econômicos e para fins de manipulação, perde sua essência transformadora
e espiritual, deixando de cumprir seu papel para ser uma engrenagem do sistema
que lucra em detrimento de milhares.
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