O desenvolvimento da imaginação sociológica, conceito proposto pelo sociólogo C. Wright Mills, em quaisquer ofícios relacionados ao direito, são de suma importância, para que seja possível remover as opiniões e convicções pessoais da discussão e engajar o indivíduo em pautas sociais que não se restringem à sua própria realidade, assim compreendendo inteiramente o assunto e o ponto de vista alheio, sem julgamentos. No entanto, a imaginação sociológica não pode e não deve ser restringida ao ofício do direito, visto que é de extrema pertinência não só no meio social como na política em geral.
Pode-se perceber a notoriedade da imaginação sociológica na política ao analisar o período da pandemia do vírus COVID-19, que foi marcado por frequentes intolerâncias , falta de conhecimento científico e incentivo ao consumo de remédios sem eficácia comprovada por parte do presidente do país, além da divulgação desenfreada de fake news acerca de medicamentos de combate à doença e de efeitos colaterais da nova vacina sem quaisquer comprovações científicas, por parte de jornalistas e da população em geral.
A partir da utilização da imaginação sociológica nesse mesmo cenário, seria possível, pelo presidente e pelo povo respectivamente, orientar a população a respeitar o período de reclusão, aguardar a vacina e não confiar em qualquer notícia divulgada sem confirmação de profissionais, e verificar minuciosamente a procedência das notícias que são acessadas e divulgadas.
Em suma, percebe-se que utilizar do imaginário sociológico é facilitar a compreensão do próximo, se desprendendo das amarras e opiniões pessoais que impedem a absorção plena de informações e discussões novas. Nota-se também a contribuição do imaginário na política e na harmonia em sociedade, visto que o mesmo torna as conversas e discursos proferidos imparciais e verdadeiramente respeitosos.
A nossa maior dificuldade, Lívia, é viver no terreno da imaginação sociológica no seio de uma sociedade que se faz cada vez mais individual, e do individual generaliza-se muitas vezes à força. Um abraço, Alexandre.
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