A partir das discussões suscitadas no
evento de lançamento do livro Re-trabalhando as classes no diálogo Norte-Sul:
Trabalho e desigualdades no capitalismo pós-covid, foi proposta a
elaboração de um texto com o tema “O presente e o futuro do trabalho”. Com
isso, ao refletir sobre as questões levantadas pela mesa e pelo próprio livro
em questão, é nítido que este tem como tema central as transformações no mundo
do trabalho, com a precarização deste e a “hiperexploração” do trabalhador de
diversas formas.
Em um momento de expansão da agenda neoliberal,
o trabalhador é uma das classes mais prejudicadas, uma vez que a melhoria das
suas condições de trabalho e vida está em último lugar no rol de prioridades dessa
política. Para o sistema capitalista, essas melhorias não seriam interessantes,
pois só trariam mais despesas e reduziriam o lucro. Por conta disso, vemos uma
série de retrocessos no que diz respeito aos direitos trabalhistas avançando
nas casas legislativas e sendo positivadas, principalmente na América Latina,
como é o caso das reformas trabalhistas do Brasil e do Chile.
Ademais, o Brasil tem sofrido com uma violenta
desvalorização da força de trabalho, que se demonstra através dos baixos salários
(realidade da maioria dos trabalhadores brasileiros) e do crescimento da terceirização
e da informalidade. Esta última foi caracterizada pelo professor Frederico
Firmiano como “desemprego crônico”, uma vez que aqueles que se encontram em
situação de informalidade estão totalmente desprovidos das proteções trabalhistas
garantidas por lei, sendo constantemente vítimas de abusos e explorações por parte
do contratante.
Com isso, o cenário atual do campo laboral
é extremamente preocupante, tendo em vista o avanço das pautas neoliberais de precarização
do trabalho e da crescente informalidade – muito fomentada pela expansão do
mundo digital, como acrescentou o professor Elísio Estanque. No entanto, diante
de todas as preocupações levantadas, o professor Agnaldo Barbosa ressalta o papel
do direito como meio de resistência à precarização e exploração do trabalhador,
fechando a discussão com uma ponta de esperança. Portanto, o presente do trabalho
pode ser desanimador diante de tantos retrocessos; porém, o futuro ainda é uma incógnita,
cabendo à classe trabalhadora e, especialmente, aos juristas lutar por
condições mais dignas de trabalho e vida para a grande massa que move o mundo.
Tiago Zanola Ferranti, 1º ano – Matutino,
RA: 241221366
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