A sociedade contemporânea encontra-se em contínuo desgaste e adoecimento. Os indivíduos contidos nela encontram-se em uma situação sem esperança de progresso e mudança, com as relações sociais escassas e efêmeras. Esse cenário é herança do passado, vindo desde a primeira Revolução Industrial, no surgimento do capitalismo industrial, responsável por provocar um processo gradual de desumanização da sociedade e esgotamento entre os vínculos pessoais.
O capitalismo industrial é caracterizado pela extrema exploração do trabalho e sua subdivisão, que leva à alienação e marginalização do trabalhador. Com isso, Karl Marx, postulou uma teoria chamada materialismo histórico, em que o sociólogo analisou a sociedade a partir das relações econômicas e de seu modo de produção. Assim, vindo desde o sistema comunal primitivo até o capitalismo industrial, sendo o último, o sistema em que as relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais. Assim, a lógica consumista adentrou na sociedade, com as pessoas se identificando com o que elas compram, mas não com o que elas realmente são, provocando um choque no vínculo entre os indivíduos, tornando-o superficial e apático, visto que a obtenção do lucro virou o essencial para a estrutura vigente.
Esse consumismo, observado no parágrafo anterior, está relacionado, além ao esgotamento das conexões entre as pessoas, com o adoecimento dos próprios cidadãos. Em uma sociedade voltada para a exploração com rotinas exaustantes, uma forma de alcançar a felicidade é por meio do consumo, que é passageiro, tornando-se um vício pela constante busca pela felicidade, como forma de escapar da realidade, sendo um consumo irracional. Assim, o consumo, que já era associado ao status, agora virou o equivalente a felicidade, uma felicidade curta e viciosa.
Por fim, foi retratado que a sociedade passa por uma intensa fragilização entre as relações pessoais, visto a normalização da exploração como algo natural, em que as relações econômicas são mais importantes do que as conexões entre as pessoas. Assim sendo, o corpo social está cada vez mais inconstante, com as pessoas sofrendo um processo de desumanização e enclausuradas em uma lógica de consumo irracional.
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