A sociedade atual, em todos os seus aspectos, enfrenta o racismo, não se é possível ver televisão ou escutar uma música sem que o racismo fique escancarado. Casos em realitys shows como o Big Brother são um retrato da sociedade, em que, um exemplo entre milhares que ocorreram no programa, são as ex participantes negras: Domitila e Lumena que são ativistas da luta negra e foram e são, frequentemente, inferiorizadas e têm todos os dias suas falas, discussões e opiniões consideradas sem valor, tanto entre outros participantes como nas redes sociais, além de,muitas vezes, terem sido consideradas agressivas e arrogantes por apenas terem a mesmas atitudes que pessoas brancas de impor sua opinião.
Desse modo, é notável que quando uma pessoa negra tenta se expressar e falar sobre a sociedade racista que ainda existe, sua opinião sempre é colocada em pauta como drama ou exagero, a partir disso se abre o questionamento: em quais lugares de autoridade e representatividade as pessoas negras estão presentes? É evidente, os lugares que não estão, a falta de pessoa negra nos cargos de representatividade da nossa sociedade, nos centros artísticos e nos centros acadêmicos, demonstra o racismo estrutural que permanece em toda a contemporaneidade.
Diante disso, cabe ressaltar o discurso da escritora Grada Kilomba que faz o questionamento: "Quem pode falar?", a escritora trata sobre as dificuldades do negro em se expressar dentro de um regime colonialista e racista e a ausência da voz do colonizado, muitas vezes, por carecerem de motivação para o ativismo político, pois através da opressão se cria a falsa consciência de que o corpo do negro e suas falas são impróprias para o ativismo político, para os centros acadêmicos e para os lugares de representatividade, portanto, quando pessoas negras tentam se expressar, assim como, no reality show BBB, ao invés de serem escutadas e terem suas demandas atendidas, são invalidadas. Isso demonstra como a luta negra esta distante de acabar e os negros devem persistir para conseguirem conquistar um lugar de fala dentro dessa sociedade racista.
maria clara sousa sanches 1 ano de direito
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