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quarta-feira, 3 de maio de 2023

Alienação social

 

A principio é fundamental entender a relação entre Richard Sennett e Karl Marx. O primeiro, é um sociólogo e historiador norte-americano que defende a tese de que o imperativo da flexibilidade é imposto por uma nova configuração econômica - o “novo capitalismo”, ou seja, uma sociedade em que as novas tecnologias escravizam mais pessoas do que nunca.  No entanto, para o segundo autor, existem fatores estruturais que se repetem em todas as sociedades: modo de produção material e a Luta de classes. Em todas as sociedades, também, o trabalho é visto como a base da vida social, capaz de moldar as relações humanas, trabalho como plataforma da história. Então, há uma relação entre o modo como as pessoas produzem sua substância – modo de produção material. E o modo como elas compreendem o sentido de suas vidas e constroem suas relações socias. Dessa forma, os dois autores dialogam ao argumentarem sobre o capitalismo e sua relação com o homem em sociedade.

Sob efeito do capitalismo tem-se a alienação causada pelo consumo em um sistema social e politico destrutivo a quem vive nele. Assim sendo, vale conceituar esse problema, alienação do trabalho: objeto do trabalho não pertence mais ao trabalhado, processo de trabalho perde o sentido e a vida social, aos poucos, torna-se também desprovida de sentido (fetiche da mercadoria ou consciência retificada). Logo, esse sistema produtivo é capaz de gerar alienação individual. Consequentemente, fenômenos como os fetichismos passam a ser comum. Diante disso, Sennett quem nos dá uma bela descrição desse tempo, centrando parte de sua análise justamente no significado do “fetichismo da mercadoria” para entender as bases culturais que originaram a sociedade do consumo, que uma perspectiva exclusiva da produção não permitiria apreender. Baseado em histórias da época, o autor vai revelar como, já nas últimas décadas, era possível ver como os donos das lojas de departamento “começaram a trabalhar mais o caráter de espetáculo de suas empresas, de maneira quase deliberada”. Esses proprietários descobriram que associar um vestido feito à máquina à foto de uma duquesa X lhe conferia um status que não tinha relação nenhuma com o próprio vestido, e do mesmo modo, ao pôr uma simples caçarola em uma réplica de um harém mourisco na vitrine de uma loja, dava a esse objeto um “inexplicável” poder de atração. Ante os expostos, é comum observar marcas como Nike e Adidas garantirem espaço do público, pelo fato de ser das marcas, não muito pelo produto em si. Posto isso, é fundamental frisar que o consumo leva á alienação e uma falsa sensação de existência.

 

Bianca Regina Pinheiro

1° ano Direito - Noturno

RA: 231220138

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