"Saber é poder". Tal frase ponderada por Francis Bacon tornou-se novamente relevante na sociedade contemporânea após diversos acontecimentos envolvendo a falta (ou não) de conhecimento de algumas pessoas. Um desses casos foi o de uma mulher que enunciou a um fiscal da prefeitura: "Cidadão não, Engenheiro Civil, formado, melhor que você", pois não queria ser revistada. Será mesmo que apenas uma formação acadêmica dá a garantia de humilhar aqueles que não a têm? Será que realmente ter acesso às informações assegura que uma pessoa é melhor que a outra e por isso detém poder? É essa a ajuda que a Ciência do Direito pode dar ao mundo?
De acordo com Wright Mills, "Não é apenas de informações que precisam, o que precisam, e o que sentem precisar, é de uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão". De fato, a visão de mundo que o Direito e a imaginação sociológica trazem é indubitável para que os indivíduos possam racionalizar e frequentemente questionar essa ideia de hierarquia social, bem como discutir sobre os problemas da sociedade evitando o pensamento limitado do senso comum. Por isso, não basta apenas ter lucidez intelectual, é necessária uma noção sobre direitos humanos, empatia, ética e, principalmente, sobre respeito! A imaginação sociológica, dessa forma, é crucial para compreender o coletivo e visar uma relação entre o indivíduo e o mundo.
Em suma, uma formação acadêmica não dá o direito de desrespeitar um indivíduo e, por isso, um engenheiro civil, advogado, médico ou qualquer profissional deve ter uma mínima visão sobre moralidade e, principalmente, uma percepção sociológica ligada ao Direito que permita ampliar a relação dialógica entre comunidade e acadêmicos. Isso deve ser feito para que os cursos possam formar, além de intelectuais, cidadãos que possam auxiliar reciprocamente a sociedade e garantir que não forme ignorantes bestializados que acreditam numa superioridade supérflua. É essa a ajuda que o Direito precisa dar ao mundo. É essa mudança de visão que a sociedade necessita. Era sobre isso que Mills pensava.
Isabela Junqueira, 1° ano Direito Matutino
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