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quarta-feira, 8 de junho de 2022

A crueldade do discurso da classe dominante e a alienação da classe trabalhadora, retrato da pandemia no Brasil

 No começo de 2020 o mundo se viu perdido, amedrontado frente ao novo vírus que vinha se espalhando rapidamente e tirando vidas por todo planeta, o novo coronavírus havia se tornado a maior preocupação de todos os países, que começavam a adotar várias medidas para conter a transmissão da doença e evitar colapsos em seus respectivos sistemas de saúde.  

No entanto o Brasil viveu uma situação que se difere do contexto mundial, quando confirmados os primeiros casos da covid-19 a política foi dividida entre aqueles que acreditavam na doença e os que a negavam, entre esses se encontrava o presidente da república, o qual deu uma entrevista veiculada em todo território nacional explicando que aquilo não se passava de uma gripezinha e povo brasileiro não deveria teme-la. Sendo assim, as medidas de isolamento social e de proteção seriam um exagero. Muitos governadores contrariaram a fala do presidente e na tentativa frear a transmissão do vírus que já havia se iniciado adotam medidas de isolamento nos estados e limitam a locomoção de pessoas, através da proibição do funcionamento de estabelecimentos não essenciais. A fim de que, o sistema de saúde brasileiro não colapse e consiga atender a todos que precisarem desse serviço.  

Imagina-se que a população prezando por seu direito à vida, e à saúde, concordaria com as medidas tomadas e ficaria em casa, para não haver um aumento no número de doentes e uma sobrecarga nos hospitais que ficariam sem leitos para todos que necessitassem. Entretanto o que se observa na prática é o contrário, a população, essa mesma que estava morrendo pela falta de leitos, reivindica seu direito de trabalhar. Isso é explicado por Marx quando este trata sobre o conceito de alienação, o trabalhador é convencido a adotar as causas de classes dominantes como sendo suas próprias, perdem a consciência do pertencimento a classe trabalhadora, passam a defender os interesses das classes dominantes. Isso ocorre, pois, a classe burguesa que financia as propagandas e o entretenimento, vende a perspectiva de que seu modo de vida é o melhor, de que seus interesses são os interesses de toda a sociedade, ela que abrange uma pequena parcela da população se mostra como universal e faz com que os trabalhadores acreditem que as vontades desse pequeno grupo correspondem a uma vontade todos. 

Tal fato explica porque no Brasil parte da população trabalhadora, mesmo sem amparo algum, sem meios de acesso a saúde, sem segurança, ainda contrariava todas as determinações de órgãos públicos e comparecia a seus postos de trabalho, por acreditarem nesse discurso falacioso muito propagado pela elite do país que, em primeiro lugar a doença era falsa e aumentada pela mídia no intuito de assustar a população, e em segundo lugar que trabalhar era mais fundamental que a vida, que a economia do país precisava caminhar e por trabalharem naquelas mesmo naquelas condições um dia iam alcançar esse modo de vida burguês essa vida melhor, iriam ser recompensados. O que se percebeu na prática, foi um número maior de mortos da classe trabalhadora em comparação com os de classes com poder aquisitivo.  Esses a todo momento incentivavam, compartilhavam notícias no intuito de diminuir a gravidade da covid e incentivar a abertura do comércio, só que diferentemente dos trabalhadores tinham a opção de pagar por um leito em hospital privado. O cruel discurso da classe dominante levou a mais de meio milhão de mortos no Brasil. 

Marina Cassaro 

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