Alguns dizem que o fato social praticamente não existe, que não
o verificam em seu dia a dia. Outros já podem demonstrar o quanto esse está presente em suas vidas. Qual será o
motivo dessas diferentes percepções sobre um fato sociológico?
O que acontece é que quanto mais se resiste às regras sociais, mais forte a coerção é aplicada. Vejamos a nossa atual
sociedade por exemplo, ao observá-la como uma verdade sociológica, partindo das
coisas para as ideias se verifica uma
ordem patriarcal, racista e heteronormativa. E isso pode ser provado devido aos
diversos casos de desigualdade de gênero, de preconceitos raciais e de violências
à comunidade LGBTQIA+ que ocorrem diariamente
no Brasil. Assim, qualquer tipo de pessoa que fuja a ordem que existe no Brasil
sente fortemente a coerção social agindo, enquanto um homem branco, hétero e de
família abastada possuirá bem mais dificuldade de sentir a coerção, afinal, ele
segue o modelo imposto pela coletividade.
Por outro lado, mulheres que querem conquistar
altos cargos de trabalho, que querem possuir autonomia sobre seus corpos e sobre
suas vontades sentem frequentemente uma força para tentar impedi-las de o
fazer. Pessoas negras que desejam ocupar lugares historicamente renegados a
elas, sentem ainda uma grande dificuldade de fazê-lo. Pessoas pertencentes a
comunidade LGBTQIA+ muitas vezes acabam se reprimindo por medo de como a
sociedade as tratarás.
Em suma, a coerção é sim presente em toda a
sociedade e cada um a sente de uma
determinada forma. Até agora esse texto parece um pouco pessimista. Entretanto,
a coerção também pode ser usada de forma positiva. Na atualidade observamos uma
efervescência de movimentos sociais como o feminismo, o movimento negro, o LGBTQIA+
e o movimento indígena. Assim, as discussões desses grupos estão se espalhando
e se fortalecendo a cada dia, em algumas ambientes já é possível verificar
críticas aos que são preconceituosos e espalham ódio gratuitamente.
Portanto, a coerção é uma parte do fato social
que estará sempre presente, agora o
papel que ela fará será determinado por
nós como sociedade.
Heloisa Salviano, 1º ano direito noturno.
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