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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Insensibilidade racional


Prosseguindo com o novo projeto científico proposto especialmente por Bacon e Comte, Durkheim mostra a importância da restrição do objeto de estudo da sociologia, antes chamada de física social. Assim, o autor denomina esse objeto “fato social”, não sendo obrigatoriamente todos os fatos que acontecem nas relações sociais, mas sim as “crenças, as tendências e as práticas de um grupo, tomadas coletivamente”.

Um ponto importante exposto antes da definição de fato social é a visão materialista em relação à organização e evolução social, e como seu método se aplica. Como Comte, ele tenta se distanciar da metafísica científica, mas vai além a sua visão positivista: a História do homem ocorre de forma independente ao progresso ou retrocesso, em que o fim principal acaba sendo “atividade humana”, a sobrevivência. A observação de como o homem desenvolve sua cultura ao tentar sobreviver é o método utilizado, em oposição à formulação de preceitos anteriores para ver se são aplicáveis à realidade.

Como principal característica, fato social possui a coercitividade, um sentimento o qual “nos arrasta sem que o queiramos”. Ele pode estar presente desde o nosso nascimento, por meio da educação que nos é dada quando crianças. Ou após a convivência em grupo, como no exemplo dado pelo autor: “indivíduos, em geral perfeitamente inofensivos, podem se deixar arrastar a atos de atrocidade quando reunidos em multidão”, algo muito semelhante ao determinismo.

No entanto, existe uma tendência para esses fatos sociais acontecerem sem que o sintamos, pois se tornaram hábitos, e segundo o autor, tornam-se inúteis. Essa característica não deixa de ser o que Descartes chamou de “senso comum”, Bacon de “ídolos”, e que até os dias atuais os meios de propagação de informação em geral utilizam para insensibilizar o senso crítico da população.

Aula 5- Juliane Siscari de Andrade, Direito Diurno

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