O filme O ponto de mutação de Bernt Capra,
baseado em romance homônimo, apresenta ao espectador uma nova perspectiva para
encarar a medicina, a biologia, a vida, o mundo e o universo. Trata-se da
perspectiva do pensamento sistêmico que trabalha em oposição ao cartesianismo e
ao mecanicismo fundados por Descartes, Bacon e Newton.
Enquanto
o pensamento reducionista-mecanicista indica que para conhecer um corpo é necessário
fragmenta-lo em várias partes, o pensamento sistêmico valoriza o conjunto, as
conexões dentro do próprio organismo – como o corpo humano – e também as interconexões
entre o corpo e o meio – por exemplo, terra, árvore e ar.
O grande
mérito do filme, porém, não é a mera exposição de um modo mais moderno de
compreensão do mundo, mas a exposição de que tal modo tem aplicações tanto no
campo da ciência quanto no campo da sociologia.
Se na
tentativa de reduzir os males que trazem sofrimento ao ser humano - como a
fome, a pobreza, a desigualdade – a atual visão
mecanicista empregada fosse substituída pela visão sistêmica, maiores e mais
duradouros resultados talvez fossem alcançados. É muito claro que os problemas
da comunidade humana resultam de uma cadeia de eventos e não de acontecimentos
isolados, evidenciando a possibilidade de ser o pensamento sistêmico o definitivo veículo de cura da humanidade. A questão de como operar tal mudança é, no entanto, o grande desafio - também apresentado no filme - que, uma vez solucionado, certamente daria início a uma nova Era.
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