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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fanatismos exacerbados

"A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil.” (Sêneca)


A Reforma Protestante foi, sem dúvida, um passo importante na caminhada que levou o capitalismo a consolidar-se como sistema econômico hegemônico. O que antes fora desonesto e imoral, aos olhos da ética protestante, torna-se uma virtude. A acumulação de capital, regra básica do capitalismo, sai das sombras do pecado e inicia um processo hipnótico e sedutor sobre os homens.

Durante a caminhada capitalista a racionalidade cresce e torna-se capaz de criar teorias bem fundamentadas e bem aceitas pela sociedade. A religião, antes única responsável por dar explicações, é obrigada, então, a conviver com o advento das ciências.

Hoje vivemos, sem dúvida, inseridos em um contexto demasiadamente racional. Fazer uso do pensamento lógico neste caso, porém, levaria-nos ao erro. A fé no abstrato, que deveria ter tornado-se obsoleta e até patética, surpreende as expectativas e arrebata milhões de homens ao redor do globo.

Polêmicas e inundadas por ideologias, as crenças religiosas movem guerras, determinam comportamentos, definem as vestes dos fiéis, justificam mutilações de parte da genitália feminina, enfim, dominam facilmente aqueles que se deixam dominar.

Concluo que racionalidade e fé coexistem dentro da nossa sociedade. A evolução de uma abala, mas não faz ruir a outra. Creio que, pelo contrário, a rivalidade entre ambas exacerba fanatismos e torna cada vez mais cegos aqueles que idolatram sem limites a razão ou qualquer Deus.


Weber. Tema: Capitalismo: a racionalização da fé?

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