O “Manifesto Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels, de fato, foi uma obra que dividiu e cativou mentes pensantes na Europa e no mundo. Nela os autores tentam passar uma nova visão do mundo como era no século XIX, de que forma eram encaradas as instituições - família, propriedade, moral, religião, direito, política, etc.- e objetivava mostrar que todas essas instituições, bem como a própria sociedade são regidas a partir de uma ótica capitalista e burguesa. Defendiam, também, a ideologia comunista (muito temida à época), a qual disseminavam e que era utilizada como ferramenta política de difamação.
Para subsidiar sua idéia revolucionária, os autores afirmaram que o desenvolvimento histórico do homem sempre se deu por meio de luta de classes, seja no Império Romano, na Idade Média ou na sociedade burguesa, sempre houve uma classe oprimida e uma opressora. Os autores enfatizam a revolução burguesa como uma importante vitória da classe uma vez oprimida, que quebrou todos os paradigmas sociais da Idade Média e que estabeleceu uma nova forma de pensar, agir e viver. Porém, a partir do momento em que esta classe, uma vez revolucionária, passa a oprimir uma enorme parte da população, torna-se a classe contra quem se deve lutar.
Marx e Engels citam as transformações sócias que a burguesia causou na sociedade, dentre elas: o intercambio universal, a interdependência das nações, no que tange a ordem material ou intelectual; a aglomeração das populações, centralização dos meios de produção e concentração da propriedade em poucas mãos e decorrente de tudo isto, a centralização política.
Os autores, também, falam do papel do proletariado, dos operários, constrangidos a se vender diariamente, sendo por isso uma mercadoria, estando sujeitos às flutuações do mercado. Estes, para Marx e Engels, foram forjados pela burguesia, bem como as armas (educação política, principalmente) que serão utilizadas para retirar a classe burguesa do poder. Tal acontecimento aparece no “Manifesto Comunista” como algo desejável e inevitável. Os autores estavam certos de que em algum momento do futuro a classe operária, oprimida, compreenderia seu papel e seu poder, e se rebelaria tomando o poder político e instaurando um Estado coletivo.
Vale ressaltar, que os ideais destes dois filósofos e sociólogos, apesar de formulados no século XIX e das lutas sindicais que se seguiram ao longo dos anos desde então, ainda têm validade no contexto social atual. O homem no sistema capitalista vigente ainda não conseguiu, e talvez nem conseguirá, tornar as condições sociais mais justas para todo. Por isso mesmo depois de tanto tempo, Marx e Engels possuem inúmeros seguidores em todo o mundo e figuram entre os maiores pensadores de todas as épocas.
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