Tendo em vista a bandeira do Brasil que, em sua constituição para formação da república adotou a frase positivista "Ordem e Progresso", isto é, que a ordem se faz necessária para o progresso da nação. É notável até a contemporaneidade, diversos grupos têm usado a frase como uma forma de afirmar que o país precisa de ordem devido ao "caos social". Entretanto, compreender a corrente positivista é analisar uma filosofia completamente excludente das camadas subalternas da sociedade é, em sua premissa, manter no poder àqueles que sempre estiveram ou como diz Comte, àqueles que são capazes.
Em primeira análise, se o país adotou um viés positivista no passado, que em uma das suas ressalvas é a ciência como foco, qual o papel das relações religiosas e da manipulação de informações contra a ciência até então? O fato é que, o nosso país ou melhor a elite, o que importa é o sucateamento das esferas públicas, para assim afirmar que o Estado é incapaz de geri-las e, então o setor privado "instaurar a ordem".
Por outro lado, se a Física Social, que se propõe a estudar os fenômenos sociais, não se prontifica a orientar quanto as possíveis mudanças referente as desigualdades da sociedade; logo qual é o seu papel dentro do positivismo senão apenas observar esses fatos e permanecer em uma estrutura social conforme os moldes de injustiça e, ainda assim, com um "progresso" a partir da "ordem" daqueles que são supostamente capazes de gerir tal sociedade?
Enfim, é compreender que dentro dessa lógica, observar a sociedade não significa mudá-la para as massas, mas sim para àqueles que são "capazes", pois só assim é possível haver o progresso.
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