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sábado, 30 de março de 2019

NADA MAIS FASCISTA QUE UM SOCIALISTA NO PODER

O Fascismo é uma doutrina política surgida na Itália no período entre-guerras, caracterizada por elementos como totalitarismo, nacionalismo, culto pessoal ao líder da nação, supressão das liberdades políticas e econômicas. Assemelha-se em muitos destes aspectos ao Nazismo alemão e aos regimes socialistas decorrentes da Revolução Russa e às atuais ditaduras Venezuelana e Norte-Coreana.

Na nossa realidade, vemos alguns dos elementos característicos ao Fascismo rondando nossas frágeis e jovens instituições democráticas. Decisões nacionalistas de cunho econômico como exigência de conteúdo nacional mínimo nas plataformas da Petrobrás, culto personalíssimo a ex-presidente mesmo que condenado criminalmente por corrupção através de processo legal com garantias constitucionais de ampla defesa (chegando ao absurdo de, nas últimas eleições, em que o criminoso fora apeado da disputa por ser "ficha suja, o candidato substituto de seu partido abrir mão de sua própria identidade em favor da identidade do criminoso), tentativa de centralização do poder através da compra de congressistas, desrespeito a plebiscitos e referendos populares, tentativa de suprimir a liberdade de imprensa com leis restritivas, supressão da liberdade política através de intimidações, agressões e tentativas de assassinatos de manifestantes... são alguns dos acontecimentos na nossa história recente que mostram o quanto valores fascistas nos assombram.

A este ponto muitos leitores estarão indignados. Uns por sentirem-se enganados pelo discurso propalado pelo status quo como verdade absoluta nos últimos 16 anos, enfim desmascarado. Outros por não admitir que podem estar errados, julgando então este texto como devaneio desprovido de fundamento acadêmico.

Não é esta a discussão aqui proposta.

O que aqui se aborda é a similitude entre as doutrinas políticas teóricas. Idealizam pessoas, situações, comportamentos. Desconsideram a individualidade, ao mesmo tempo em que nos dividem em raças, gêneros e classes. Ao serem confrontados com a realidade diversa daquela idealizada, usam da força física, da intimidação moral e da concentração do poder para tentar impor sua doutrina, seja ela "de esquerda" ou "de direita".  Nisso fascistas e socialistas concordam.

A visão segmentada da sociedade está ultrapassada. Entender que as relações entre grupos são fluidas e complexas é o primeiro passo para a evolução política do poder. Cada parcela da sociedade tem seu papel, o qual não é estanque, tampouco os grupos são homogêneos ou estáveis. Tudo está constantemente em um movimento variável, ainda que muitas vezes previsível.

O pensamento científico cartesiano seria suficiente para refutar categoricamente certas doutrinas ideológicas que teimam em sobreviver dentro de mentes teóricas. Bastaria a simples observação atenta da história recente, a comparação entre povos que sofreram com as limitações do socialismo e aqueles que desfrutam da liberdade proporcionada pelo capitalismo. Não é científico achar que a eliminação do direito à propriedade privada pode solucionar os conflitos de uma sociedade - a experiência já nos mostrou que isso leva a baixa produtividade e consequente carestia numa população. No entanto, justamente tal pensamento cartesiano leva políticos da atualidade a teorizar sobre como devem lidar com o poder.

A ciência moderna pode ajudar a compreender a sociedade como modelos sistêmicos, em que cada componente é interdependente e não pode ser considerado isoladamente. Essa visão sistêmica pode ser usada como contraponto à visão segmentada característica de doutrinas autoritárias como o socialismo e o fascismo.


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