Ser
ou não ser – disse o príncipe da Dinamarca –, eis a questão –
completou. Ser ou não
ser, questionou-se um homem que, travando uma batalha contra seus
demônios internos, entre a loucura e a sanidade, pulsava por uma
resposta, por sua própria confissão, pela verdade. Ser ou não ser
– é uma reflexão, representa o legado impetuoso que há séculos
consome o sono da humanidade. O calor que esquenta o ser, a alma que
inquieta a angústia da escolha. É o réu, o juiz e a sentença que
condena e acorrenta do mais rico ao mais pobre ao mesmo destino
miserável.
A
humanidade é Sísifo, rolando pedra montanha a cima, dia após dia,
sem, no entanto, obter progresso algum. É paradoxal. É o amor, que
é fogo que arde sem se ver. É a dor que não se sente.
Contentamento… É forjada do caos, do acaso natural, da sorte e do
azar, e busca a paz nas guerras, harmonia nas divergências e
respostas nas equações físicas.
A
grande questão, ei-la: é ser e não ser, ao mesmo tempo,
simultaneamente. Essa
luta existencial constante, cria vida e morte. Dentro de cada um, de
cada coisa, há além das aparências. Os objetos são em si e para
si. Uma cadeira é uma cadeira, mas ao mesmo tempo é produto, resultado de trabalho, reflexo de um modo de produção capitalista, global e em larga escala. Para uns representa a liberdade do conhecimento acadêmico, para outros a prisão de ser apenas another brick in the wall.
Mas deve-se ir sempre além das aparências. Porque aquilo que num instante se vê, no outro já não existe mais. Pois o cruel Chronus é também o novo Aeon. E o paradoxo, fardo da existência, cruz da humanidade, dádiva em viver, beleza e poesia de ser e não ser. Nem Marx, nem Engels foram tão originais assim. É o Yin Yang, heráclitos de novos tempos.
Pedro Guilherme Tolvo - direito noturno
Pedro Guilherme Tolvo - direito noturno
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