A técnica da observação de padrões em busca de leis gerais da sociedade deve ser tida como limitada, uma vez que em uma sociedade capitalista, a grande maioria das padronizações do cotidiano são forjadas como sustentáculos para forma de produção e das relações sociais e de trabalho advindas da ideologia dominante ou sistema vigente. A parcela que determina ordem social tem o poder de definir os rumos do progresso, o que torna o método de Comte totalmente dependente das relações de poder e dominação.
Como poderia Comte aplicar o seus princípios numa sociedade polarizada e altamente influenciável como a sociedade brasileira da atualidade? Onde os principais meios de informação estão concentrados na posse de um dos lados da polarização, onde a propaganda e a pirotecnia valem mais do que a verdade a clareza, onde o elo mais fraco é instigado a rivalidade interna como questão de sobrevivência.
O progresso não vira para a maioria enquanto a minoria dominante determinar a conjuntura da ordem. Por mais maniqueísta que pareça, basta observar as consequências da entrada do neoliberalismo na América Latina para comprovar a iminente disparidade nos rumos das classes.
A lógica do trabalho, aliada uma política de proteção não emancipatória do Estado não deve ser vista como positiva para estabilidade conservação do Estado, mas como instrumento de dominação e obtenção de lucros. A grande crítica a Conte é efetividade e o caráter de sua obra, que parece só atender aos interesses de um extremo da sociedade.
Mauricio Vidal Gonzalez Polino
1º ano/Direito/noturno
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