Em seus textos, Francis Bacon afirmava constantemente que o conhecimento e a busca pelo saber eram compostos de dois processos, sendo um deles a experiência, a qual ele julgava fundamental para que fosse possível chegar ao outro processo, a conclusão, formada pelo conjunto de intelecto, saber prévio e a experimentação.
“Nem a mão nua nem o intelecto, deixados a si mesmos, logram muito. Todos os feitos se cumprem com instrumentos e recursos auxiliares, de que dependem, em igual medida, tanto o intelecto quanto as mãos. Assim como os instrumentos mecânicos regulam e ampliam o movimento das mãos, os da mente aguçam o intelecto e o precavêm.” (Bacon, Francis)
Bacon se punha contrário a Aristóteles e os filósofos clássicos pois afirmava que estes chegavam a conclusões sem antes ter testado suas teorias em prática. Para ele, o método da dedução utilizado por estes filósofos não era válido, uma vez que a experimentação era fundamental para a concepção das ideias e as técnicas da filosofia grega tradicional eram compostas de muitas discussões teóricas que não eram de fato postas em prática.
“Os gregos, com efeito, possuem o que é próprio das crianças: estão sempre prontos para tagarelar, mas estão sempre prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois a sua sabedoria é farta em palavras, mas estéril em obras.”(Bacon, Francis)
As ideias de Bacon podem ser comparadas a expressão popular “Fale menos e faça mais”, que é usada no Brasil com um significado similar, referindo-se àquelas pessoas que dizem muito, mas que na realidade fazem poucas das coisas que afirmam, que é justamente a crítica realizada por Bacon em seus textos, de que a prática deveria ser levada tão a sério quanto o intelecto, e que sem ela, é impossível chegar a conclusões realistas.
“Fale menos e faça mais” serve como uma mensagem de Bacon aos filósofos tradicionais, dizendo-lhes que apenas suas discussões não são suficientes para a assimilação do conhecimento e que é preciso pôr suas ideias em prática para que sejam geradas conclusões.
Juliana Novaes Bueno de Camargo
1º ano – Direito Noturno
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