Uma das principais e mais influentes escolas do pensamento moderno, a Escola Positivista foi e ainda é de primordial importância na vida do homem contemporâneo. Obviamente nem todos os seus aspectos, foram aproveitados no nosso dia-a-dia por serem talvez, incompatíveis com a nossa realidade de mundo Ocidental.
O Positivismo surge com Auguste Comte, que é também considerado por muitos o pai da Sociologia. Na época em que Auguste viveu, o mundo estava passando pela Revolução Industrial, e novas formas de pensar estavam em auge. Comte percebeu que a perspectiva filosófica que estava em voga na época, já estava ultrapassada e não seria capaz de sustentar e explicar a sociedade que então estava a nascer, a Sociedade Burguesa. Ele então propôs a fundação de uma Física Social, que seria o último degrau do conhecimento científico. Que seria a mais complexa das Ciências. Percebeu ele também que era necessário que o conhecimento evoluísse seu método para conseguir atingir o degrau complexo das Ciências sociais, afinal de contas, esta seria a responsável por analisar e estudar a complexidade humana e social. Comte então anunciou que era necessário que a sociedade deixasse todo pensamento metafísico, pois a Filosofia que até então era a maior fonte de conhecimento, que se apegava à contemplação do mundo, não seria capaz mais de comprovar as novas tecnologias. De alguma maneira Comte se apegou às teorias de Descartes e Bacon, e formulou assim o princípio Positivista, que era então a fase mais desenvolvida do pensamento humano.
O Positivismo, juntamente com a Sociologia, valorizam o pensamento puramente científico e racional. Não basta mais olhar a essência das coisas, mas sim como isto se comporta na prática. Graças a essa perspectiva, o mundo pode evoluir do simples pensamento Filosófico Metafísico que vigorou por muitos séculos.
Um dos pilares do pensamento positivista é o estabelecimento da ordem. Somente por meio da ordem é que se chega ao progresso. Desta maneira despreza-se toda e qualquer manifestação que vá contra a ordem. Sendo este um valor difícil de "engolir" em uma sociedade que vive em constantes mudanças, manter-se sempre na "ordem" segundo o positivismo, poderia ser um dos argumentos para que o nosso país ainda estivesse na monarquia escravocrata, pois romper com a ordem é impedir o progresso.
Na nossa realidade social, esse é o argumento de muitos "conservadores", que vão contra as revoltas populares, os "rolezinhos". Para o positivismo cada um deve cumprir com seu papel social e a partir do momento que se há o rompimento disto, perde-se a perspectiva de progresso. Deve-se olhar para o pensamento positivo com precaução, afinal pode ser ele base para muitas visões racistas e ultraconservadoras que na verdade, querem apenas manter o status quo e não o progresso.
Otávio A. Mantovani Silva
1º Direito Diurno - Turma XXXI
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
Boa explicação, pelo menos até a carga ideológica e a ignorância histórica do final. A monarquia foi a responsável pelo fim da escravidão, os republicanos que depuseram o rei foram os escravocratas descontentes com o fim de seu sistema de produção. Basta ler qualquer obra do Laurentino Gomes para esclarecer melhor isso.
ResponderExcluirSem contar a nossa evolução econômica sob a égide do império, nossa moeda valia tanto quanto o dólar competíamos em pé de igualdade com os norte americanos eramos uma potência, o mesmo grau de desenvolvimento que o império proporcionou não foi visto por décadas. O próprio Rui Barbosa, republicano convicto, pediu desculpas pois não sabia que a republica seria esse desastre em comparação com a monarquia.