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sexta-feira, 4 de maio de 2012

A imposição do mundo sobre o indivíduo

Durkheim explicava o fato social com coisa e o definia como todo aquele que independe do indivíduo e tem como substrato o agir do homem em sociedade, de acordo com as regras sociais. Desde que nascemos, nascemos em uma sociedade e, portanto, somos ensinados a seguir as ordens desta. Quanto mais crescemos, mais recebemos responsabilidades e mais úteis devemos ser para garantir o bom funcionamento da nossa sociedade. Toda essa "cobrança" leva, muitas vezes, o homem a desistir dos seus próprios sonhos, em função de se tornar esse 'ser útil'. É exatamente essa sensação que o poeta popular português, Antonio Aleixo, expõe no seguinte poema:

"A Torpe Sociedade onde Nasci


Ao ver um garotito esfarrapado 
Brincando numa rua da cidade, 
Senti a nostalgia do passado, 
Pensando que já fui daquela idade. 

II 

Que feliz eu era então e que alegria... 
Que loucura a brincar, santo delírio!... 
Embora fosse mártir, não sabia 
Que o mundo me criava p'ra o martírio! 

III 

Já quando um homenzinho, é que senti 
O dilema terrível que me impôs 
A torpe sociedade onde nasci: 
— De ser vítima humilde ou ser algoz... 

IV 

E agora é o acaso quem me guia. 
Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, 
Sou tudo: mas não sou o que seria 
Se o mundo fosse bom — como não é! 



Tuberculoso!... Mas que triste sorte! 
Podia suicidar-me, mas não quero 
Que o mundo diga que me desespero 
E que me mato por ter medo à morte..."

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