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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O bolso divinizado


Desde o princípio das civilizações, a busca do ser humano pelo metafísico, seja para a explicação dos fenômenos naturais, seja para a justificativa das disposições sociais, é fator comum a todas elas. Nesse contexto, o papel das religiões tem sido a institucionalização da fé, uma forma de vincular certo número de fiéis, organizados sob mesmos preceitos morais e dogmas, a um plano superior- ao plano divino.
Porém, o que acontece, com o advento da Reforma protestante, como Weber expõe no capítulo 2 de sua obra "A ética protestante e o espírito do capitalismo", passa-se a associar à salvação um valor até então condenado pela religião predominante - a católica -, isto é, a adoção do acúmulo de riquezas (vale ressaltar que este deveria se dar através de muito trabalho, sendo este sempre lícito) . Nota-se, portanto, o caráter burguês da nova religião, não de todo imprevisível, visto que, embora fosse uma classe social crescente e ascendente, encontrava-se às margens do catolicismo.
Assim, a fé adquire um aspecto materialista, mundano, que acompanhava o sistema econômico à época em desenvolvimento.Nota-se, assim, que o homem não deveria moldar-se a ela, mas o contrário: ocorreu a racionalização da fé para que esta se submetesse aos padrões do capitalismo. O sistema de acumulação burguês encontrava-se, então, em melhores condições para ampliar suas ambições (ou ganâncias) : se, repentinamente, Deus passa a permitir o acúmulo, por que temer fazê-lo?

Postagem baseada no Tema 1 - Capitalismo: a racionalização da fé?

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