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quarta-feira, 19 de março de 2025

Bolhas socais no cenário contemporâneo sob a perspectiva da imaginação sociológica.

 

  A concepção do termo “Imaginação Sociológica” foi apresentada por Charles Wrigth Mills em 1959, através do livro “The Sociological Imagination”. Esse conceito nos ajuda a entender a interconexão entre o individualismo e as amplas estruturas sociais. No contexto atual, a tese de Mills torna-se ainda mais relevante, principalmente quando consideramos o fenômeno das “Bolhas Sociais”.

  A concepção do termo “Bolhas Sociais”, desenvolvida  pelo filósofo Karl Popper, consiste em grupos de pessoas com crenças e valores semelhantes, tem sido potencializado no ambiente virtual. A grande problemática atrelada á esses grupos no eixo on-line é a grande onda de informações falsas denominadas “Fake News”, que se espalham com velocidade pelos meios de comunicação virtuais.  Dentre muitos outros temas, a vacinação tem estado em foco nos palanques das comunidades on-line, gerando diversas notícias sem nenhum embasamento científico. Como consequência, conforme o projeto União Pró-Vacina (UPVacina) articulado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, o conteúdo falso referente a vacina aumentou em 131% na rede social Facebook desde o início da campanha de vacinação contra o Covid-19. Colocando em prática a tese de Mills, os impactos das “Bolhas Sociais “contra a vacinação se enquadram como uma questão pública visto que transcendem as telas e atingem diretamente a saúde e o bem estar social.

  Portanto, tratando-se de uma questão pública, os poderes legislativo e judiciário intervém, impondo medidas cabíveis. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, assinou em 2024, um acordo com as “Bigs Techs” – empresas de grande porte que controlam algumas as redes sociais- a fim de fiscalizar Fake News, colocando-se assim como agente prático para solucionar a problemática. 

  Por fim, destaca-se a utilização da imaginação sociológica para compreender o contexto e possuir senso crítico, construindo assim, um embasamento científico com o intuito de assimilar as informações que circulam nas redes sociais.  Outrossim, o poder judiciário aplicar medidas jurisprudenciais severas aos sites e redes que permitem a disseminação de notícias falsas.

 Demetrius Silva Barbosa - 1 ano Direito Matutino 19/03/2025.

Um comentário:

  1. Olá Demetrius. Acho que todos concordam que notícias falsas não agregam valor a uma sociedade, seja na bolha, seja fora dela. A maior dificuldade, ao que tudo indica, é fazer o filtro entre o que é e o que não é verdade. E quem poderia fazê-lo. Vacinas sempre foram tradicionalmente tidas como mecanismos sanitários muito seguros e eficientes. Mas a velocidade das redes sociais, do progresso da ciência e, em 2019 e 2020, da disseminação do coronavírus trouxeram desconfianças que parecem ir para além da briga política, deixando-nos em situação de muito desconforto. Talvez nem o Poder Judiciário, que embora parcial no processo, é composto de homens e mulheres que, além de falhos, não têm como ser neutros (porque formados com base em seus valores) seja o guardião de que precisamos. Um abraço, Alliprandino.

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