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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ciência da realidade social

Segundo Max Weber, sociologia é a ciência da realidade, já que tem como foco a ação social dos indivíduos e seus reflexos na sociedade como um todo, sendo a ação social um comportamento humano ao qual o autor atribui um certo sentido e, de acordo com esse sentido, tal ação se relaciona com o comportamento de outras pessoas. Quando um professor está dando aula, por exemplo, sua ação social se dá através de sua fala com os alunos e como essa fala se relaciona com a conduta de tais ouvintes, logo se ele falasse sozinho, apenas para si, sua ação não estaria sendo social.
Para que o indivíduo tome a decisão para a ação, ou seja, decida se vai realizar aquela ação, ele analisa as opções e, dentre os valores em questão, escolhe tomar como base para suas ações aqueles que mais se encaixam ao seu modo de pensar e interpretar a vida, e como consequência acaba sendo contra aqueles que não se encaixam aos seus próprios ideais.

Weber classifica as ações sociais em quatro tipos: ação racional com relação a um objetivo, ação racional com relação a um valor, ação afetiva/emocional e ação tradicional. O primeiro tipo consiste na determinação de um objetivo que o indivíduo queira atingir e os planos elaborados para que isso seja possível, já o segundo ocorre quando o ser racional é extremamente fiel às suas ideias e aceita os riscos das consequências de suas ações apenas para seguir suas ideologias e valores. A terceira classificação consiste na ação que é estimulada pelas paixões do indivíduo, que tem como impulso o sentimento do momento, e a quarta diz respeito as ações impulsionadas pelo hábito, costumes e crenças.

Dois outros conceitos importantes de Weber são os de poder e dominação. O poder é definido como a probabilidade de um ator impor sua vontade a outro, mesmo contra a resistência deste, enquanto a dominação pode ser definida pela probabilidade que tem esse indivíduo de contar com a obediência dos que, em teoria, devem obedecê-lo. A diferença entre os dois está em que, no poder, essa ação não é necessariamente legítima, ou seja, não tem a aprovação e consentimento do indivíduo, o que gera uma grande instabilidade nesse cenário, enquanto na dominação a obediência se fundamenta no reconhecimento dos dominados a respeito das ordem que lhes são dadas. Para exemplificar esses dois casos basta olhar para as diferentes formas de governo, sendo o poder aquela forma em que há apenas imposição da vontade do soberano e contenção das resistências pelo uso da força, como em uma monarquia absolutista, e a dominação a forma em que os dominados aprovam o soberano e suas decisões, aceitando suas ordens e as cumprindo por vontade própria e não pela simples ameaça. Lembrando que weber destaca que essa situação ideal de dominação é rara, apesar dos esforços do dominador.

O sistema de Weber, então, consiste na elaboração de uma sistematização que permita ao mesmo tempo integrar fenômenos diversos num contexto único e não eliminar o que constitui a singularidade de cada regime ou de cada sociedade. Esta forma de conceituação não tem só por fim uma compreensão sistemática, mas também a colocação dos problemas de causalidade ou das influências recíprocas dos diferentes setores do universo social.

Leticia Rodrigues Santana , 1º ano Direito- noturno

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