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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Autonomia Relativa

Constantemente o indivíduo busca analisar as ações de outrem a fim de compreender como elas se desenvolvem e o porquê delas. Ocasionalmente não se consegue chegar a um entendimento sobre tais ações, isto ocorre devido ao juízo de valor que cada grupo de pessoas carrega consigo e que se diferente de grupo para grupo. Um claro exemplo disto é o comprometimento de algumas pessoas em grupos terroristas como o Estado Islâmico e a Al Qaeda que são vistos como barbaridades sem justificativa por muitos outros grupos.
Em suas obras “A Metodologia das Ciências Sociais” e “Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia Compreensiva”, o intelectual, juristas e economista alemão Karl Emil Maximilian Weber discorre a respeito da compreensão do sentido das ações sociais. Segundo Weber, as ações humanas deveriam ser ponderadas de acordo com a compreensão dos agentes individuais. Weber acreditava que cada ação social comportava infinitas probabilidades e, portanto, elas deveriam ser analisadas a partir do valor que cada indivíduo lhe dá, logo cada ação ou não ação seria carregada de valos individuais. Assim sendo haveriam quatro tipos de ação social: (1) Ação racional com relação a um objetivo, (2) Ação racional com relação a um valor, (3) Ação afetiva emocional, (4) Ação tradicional.
Do ponto de vista do individualismo metodológico de Weber, portanto, o empenho de alguns indivíduos em grupos terroristas estaria baseado no contexto em que eles se inserem. Devido aos ideais deste grupo eles assumiriam as consequências de suas ações, como é o caso dos Homens Bombas que se dispõe a tal ação devido a crença de que isto salvaria sua alma, para eles, portanto, seria um sacrifício terreno para atingir a plenitude. No que concerne esta perspectiva, Weber disserta: "(...) ele [o indivíduo] pondera e escolhe, entre os possíveis valores em questão, aqueles que estão de acordo com sua própria consciência e sua cosmovisão pessoal".
Não só as ações de terrorista como todas as ações dos demais indivíduos se sucederiam conforme a conjuntura em que cada um se enquadra. Devido a isto, cada ser possuiria uma autonomia relativa, desempenhando ações individuais, mas correlacionadas com o grupo. Caberia, não a sociologia ou ao indivíduo pregar um juízo de valor a cada ação, mas sim a política julgar determinada atitude adequada ou não.
(Isabela Rafael Soares - 1º Ano Direito Noturno)

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