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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Máquina: para o bem ou para o mal?


Karl Marx num primeiro momento no 13° capítulo de sua obra, O Capital, busca a priori discorrer da forma mais clara possível sobre as relações de maquinário, tecnologia e ferramenta no âmbito do meio de produção capitalista.

Tratando-se das dependências entre o que é a máquina e o que é a ferramenta, Marx passa a seguinte definição: ‘’... a ferramenta é movida pela força humana e a máquina por uma força natural diversa da força humana...’’; a partir deste ponto é apresentada uma forte tese que da base a teoria central defendida pelo autor, a pertinência da existência de um maquinário e de uma tecnologia cada vez mais avançada para a sobrevivência do método de exploração burguês para com os proletários numa sociedade voltada ao rendimento do mercado. Tal método é nomeado pelo autor como ‘mais-valia’, que tem por essência a apropriação dos bens de produção sociais por parte do patronado (leia-se burguesia ou donos dos meios de produção).

No entanto, é necessário depreender que a máquina não afeta somente a questão burguês-lucro, ela também atinge de forma direta e incisiva a relação entre o trabalhador e a produção assim como a relação entre trabalhador e o produto de sua força de trabalho. O desenvolvimento do maquinário através da tecnologia condiciona cada vez mais o trabalhador a se alienar de seu próprio trabalho, retirando dele suas especialidades e capacidades próprias, assim tornando-o vulnerável à substituição.

É inegável também que quão maior for a tecnologia empregada no método de produção, maior será o acúmulo patrimonial gerado, logo o maquinário desenvolvido ao menos em tese não se versa de todo o mal, uma vez que permite a produção de riqueza necessária para o cumprimento da demanda social.

Em suma, Marx apresenta em sua obra uma crítica profundamente dialética sobre o desenvolvimento tecnológico de produção permitido pelo capitalismo e suas influências. Ao passo que notamos uma máquina que substitui, aliena, incapacita em termos e banaliza a força de trabalho proletária, temos também uma máquina geradora de riquezas em escalas jamais vistas e que pode, com o devido empenho servir ao bem comum dos mais diversos estratos da sociedade.

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