A sociedade moderna produz feitos
científicos baseada em diferentes métodos, cada um com seus diferentes caminhos
e diferentes objetivos. Uns procuram atender a finalidade prática, outros teórica,
ou até mesmo intelectual. Porém, as divergências entre seus conceitos levam-nos
a pensar sobre qual o certo a seguir, qual seria um “código universal” para a
solução de todos os problemas.
No filme Ponto de Mutação (Mindwalk),
encontramos essa discussão: seria possível uma única visão sobre os fatos que
atingem o nosso mundo? A visão descartiana ainda seria possível? Ao demonstrar
a variedade de idéias através dos três personagens, a cientista, o poeta e o
político, o filme procura relatar exatamente esse conflito. E não procura
somente expô-lo: tem como intuito promover o debate e o envolvimento de seu
telespectador.
Focando na idéia principal do filme,
é notável sua crítica a cada uma das visões apresentadas. Ora critica o excesso
de objetividade da cientista, ora a visão politizada, ora as indagações quase
sempre filosóficas do poeta. Tudo isso para identificar, através de imagens e
personificações, os vários tipos de caminhos que podem ser utilizados em uma
mesma questão.
Temas como a eficácia do método científico,
o aquecimento global e até os problemas familiares levam-nos a perceber um
pouco de nós mesmos em cada uma dessas partes, fazendo com que nosso
envolvimento com a trama seja além de uma simples observação, mas sim uma
análise própria e coletiva, na qual somos forçados a pensar sobre nossos próprios
atos e planejar suas possíveis conseqüências.
Por fim, podemos extrair do filme um
caráter não apenas demonstrativo, mas sim interpretativo da sociedade. Não
podemos ser apenas telespectadores de diferentes métodos e visões, mas sim devemos
interpretá-la para construir bases sólidas e coerentes para o mundo atual,
atuando, assim, como os personagens presentes no filme.
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