Francis Bacon, em sua obra “Novo
Organum”, defende a experiência como forma de interpretar o mundo. Ao contrário
de Aristóteles, para quem a experiência deve ser escrava da razão, Bacon afirma
que a experiência é quem guia a razão, buscando deixar de lado o senso comum, o
preconceito e ideias falsas e, através da observação permanente, não apenas de
um exercício da mente, interpretar o mundo.
O filósofo inglês critica os
gregos ao afirmar que sua filosofia é estéril em obras, não tendo efeito na
vida real. A sua crítica à filosofia tradicional é exatamente a de que não
serve ao bem – estar do homem. A ciência, em sua visão, deve apresentar
utilidade, deve ser um instrumento para a percepção do mundo sem distorções.
O novo método proposto por Bacon
seria a cura da mente, na medida em que a construção do conhecimento seria
feita com a experiência e a observação como agentes reguladores. Logo, não
haveria a antecipação da mente, considerada um “descaminho”.
Atualmente,
em redes sociais, fica claro que muitas pessoas se guiam por ideias e certezas
advindas do exercício exclusivo da mente, caindo em senso comum, preconceitos
infundados e discurso de ódio. Ao interpretar o mundo a partir de uma lógica
racional, mas sem a comprovação empírica corre-se o risco de simplificar a
realidade complexa caindo em maniqueísmos.
No
âmbito jurídico é muito importante fazer uma correlação entre a realidade
social e a pura teoria jurídica, a fim de se aplicar a equidade. As inovações
nas sentenças, levando em conta além do racional e lógico, as experiências do
mundo, buscam atingir maior equilíbrio e ser mais coerentes com a realidade.
Vívian Gutierrez Tamaki - 1º ano de Direito - Diurno