segunda-feira, 16 de abril de 2012

O paradigma dos métodos científicos.


A sociedade moderna produz feitos científicos baseada em diferentes métodos, cada um com seus diferentes caminhos e diferentes objetivos. Uns procuram atender a finalidade prática, outros teórica, ou até mesmo intelectual. Porém, as divergências entre seus conceitos levam-nos a pensar sobre qual o certo a seguir, qual seria um “código universal” para a solução de todos os problemas.
No filme Ponto de Mutação (Mindwalk), encontramos essa discussão: seria possível uma única visão sobre os fatos que atingem o nosso mundo? A visão descartiana ainda seria possível? Ao demonstrar a variedade de idéias através dos três personagens, a cientista, o poeta e o político, o filme procura relatar exatamente esse conflito. E não procura somente expô-lo: tem como intuito promover o debate e o envolvimento de seu telespectador.
Focando na idéia principal do filme, é notável sua crítica a cada uma das visões apresentadas. Ora critica o excesso de objetividade da cientista, ora a visão politizada, ora as indagações quase sempre filosóficas do poeta. Tudo isso para identificar, através de imagens e personificações, os vários tipos de caminhos que podem ser utilizados em uma mesma questão.
Temas como a eficácia do método científico, o aquecimento global e até os problemas familiares levam-nos a perceber um pouco de nós mesmos em cada uma dessas partes, fazendo com que nosso envolvimento com a trama seja além de uma simples observação, mas sim uma análise própria e coletiva, na qual somos forçados a pensar sobre nossos próprios atos e planejar suas possíveis conseqüências.
Por fim, podemos extrair do filme um caráter não apenas demonstrativo, mas sim interpretativo da sociedade. Não podemos ser apenas telespectadores de diferentes métodos e visões, mas sim devemos interpretá-la para construir bases sólidas e coerentes para o mundo atual, atuando, assim, como os personagens presentes no filme.

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